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Obra para 2ª cota do volume morto do Cantareira é liberada, diz Sabesp

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) informou nesta terça-feira (12) que recebeu autorização da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Departamento Estadual de Água e Energia Elétrica (DAEE) para iniciar a obra de captação da segunda cota da reserva técnica do Sistema Cantareira, conhecido como volume morto. A Sabesp, no entanto, não deu detalhes sobre inicio dos trabalhos, custo e começo da captação.

O pedido foi feito aos órgãos reguladores pela companhia em julho e prevê o uso de mais 116 bilhões de litros de água. O Sistema Cantareira é o principal fornecedor de água da Grande São Paulo e da capital paulista, mas operava com 13,6% de sua capacidade nesta terça-feira, já considerando o volume captado da primeira cota da reserva técnica desde maio.

A crise hídrica é resultado da maior estiagem dos últimos 84 anos. Julho foi o sexto mês do ano em que choveu abaixo da média histórica na região dos reservatórios do sistema, segundo dados divulgados pela Sabesp.

Sem dar detalhes sobre as obras e início do uso da segunda cota da reserva técnica, a Sabesp informou apenas nesta terça-feira que os volumes de captações futuras serão objeto de discussão no âmbito do Grupo Técnico de Assessoramento para Gestão do Sistema Cantareira (Gtag) para recomendação aos órgãos gestores. A assessoria de imprensa da ANA confirmou ao G1 que foi dada a autorização para as obras. O DAEE também foi procurado para comentar o assunto, mas até esta publicação não havia se manifestado.

‘Volume morto
O Sistema Cantareira abastece cerca de 9 milhões de consumidores na Grande São Paulo. As represas vêm secando nos últimos meses e, desde o final do ano passado, a falta de chuvas leva a capacidade a níveis alarmantes. O volume morto começou a ser explorado em 15 de maio, quando 182,5 bilhões de litros foram retirados da reserva técnica do sistema, localizada abaixo das comportas e que conta com um total de 300 bilhões de litros

Na época do início do bombeamento da água do fundo dos reservatórios, o nível saltou de  8,2% para 26,7% da capacidade total do sistema, e água do volume morto foi incorporada ao volume útil. A reserva nunca havia sido utilizada antes porque as bombas não captam nessa profundidade.

Para retirar essa água, a Sabesp construiu uma tubulação de três quilômetros e meio e nela instalou 17 bombas flutuantes. A obra foi orçada em R$ 80 milhões.

A ANA divulgou previsão de que a água no Sistema Cantareira dura até novembro deste ano. Segundo o governo estadual em São Paulo, o volume morto garante o abastecimento até março de 2015. A expectativa é que a estação de chuvas, a partir de outubro principalmente, possa reverter o atual quadro.

Outras medidas
O governo de São Paulo tenta alternativas para minimizar a perda de água no Sistema Cantareira. Desde 1° de abril, o estado oferece um “bônus” para quem economizar água em 31 cidades da Região Metropolitana de São Paulo. Os consumidores que reduzem em 20% o uso da água em relação à média mensal têm desconto de 30% no valor da conta.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse não ver “necessidade” na aplicação de multa a moradores que consumirem água em excesso. Alckmin tinha anunciado a sobretaxa em 21 de abril para moradores abastecidos pelo Sistema Cantareira caso registrassem aumento no consumo de água. A cobrança estava prevista para começar em maio, mas não foi aplicada desde então.

O governo tenta fazer com que outros sistemas que abastecem a Grande São Paulo possam enviar água também a consumidores hoje abastecidos pelo Sistema Cantareira. Segundo a Sabesp, não há racionamento de água na região e Alckmin classificou como “atitude irresponsável” a implantação do rodízio. A afirmação contrasta com o que afirmam moradores de determinadas regiões, em especial, de bairros altos da Zona Norte da cidade.

Alckmin também defendeu na segunda-feira (11) a redução na vazão de água em usina hidrelétrica instalada no Rio Jaguari. O rio, que faz parte da bacia do Paraíba do Sul, abastece cidades em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Na semana passada, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) notificou a Companhia de Energia de São Paulo (Cesp) por descumprir determinação de elevar a vazão.

Isso, segundo a Aneel, pode colocar em risco o sistema de geração de energia da Light. “Primeiro o abastecimento humano de água, depois o abastecimento de animais e depois os demais itens”, completou o governador de São Paulo.

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Fonte e Agradecimentos: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/08/obra-para-2-cota-do-volume-morto-do-cantareira-e-liberada-diz-sabesp.html

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