A Entidade Reguladora das Águas e Resíduos estima que a nível nacional sejam mais de 750 mil os alojamentos que têm acesso à rede pública de água mas não a utilizam. No saneamento, são mais de 550 mil os casos.
A Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) diz que continua a haver um problema grave de adesão dos utilizadores aos serviços públicos de água e saneamento. São muitas as habitações que têm água pública à porta, mas não têm ligação à rede. O mesmo acontece com o saneamento.
Para além das questões de saúde, outra implicação é a falta de sustentabilidade económica das entidades gestoras, que enfrentam o encargo com infraestruturas que não têm a utilização para que foram criadas e cujo custo não diminui por isso.
Este é um cenário que está espalhado pelo país, em muitas circunstancias agravadas pelo consumo de água e pela utilização a rede de saneamento com ligações ilegais. É o que se verifica em Viseu, por isso o concelho tem em curso uma campanha de fiscalização para encontrar os utilizadores irregulares.
Naquele município, só nos últimos dois anos foram regularizadas 6533 situações mas “ainda há 3 mil utilizadores clandestinos de água e saneamento”, revela Carlos Tomás, administrador da Águas de Viseu, a empresa municipal que gere estas redes no concelho.
A empresa tem em curso uma ação de fiscalização, que está a percorrer todas as freguesias para encontrar os utilizadores clandestinos, depois de um período de “tréguas, em que as pessoas puderam aderir ao sistema sem coimas”. O presidente do município esclarece que há um regulamento que “tem preocupações sociais” mas, avisa, “não é pelo facto de uma família ser pobre que não deve estar ligada à rede. Até pode utilizar o sistema de forma gratuita mas que esteja legal e a consumir uma água que sabemos que é ambientalmente sustentável”, adianta.
Almeida Henriques revela ainda que os novos utilizadores, registados do sistema público de água e saneamento do concelho, permitiram “realizar investimentos avultados e manter a qualidade da água sem com isso aumentar os preços. Viseu é a segunda capital de distrito do país com a água mais barata”, conclui.
Na última avaliação a Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Saneamentos apurou que as famílias de Viseu são das que menos encargos têm com este serviço. O concelho apresenta também um índice de “água segura” que atinge os 99,03%.
Fonte: TSF
Foto: Amadeu Araújo/TSF