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Cedae eleva lucro mesmo com queda de receita

Imagem Ilustrativa

A Cedae, estatal responsável pela captação e tratamento de água no Estado do Rio de Janeiro, experimentou nos três primeiros meses do ano os efeitos do forte ajuste interno de gestão e redução de despesas e conseguiu aumento do lucro líquido mesmo em um cenário de queda de mais de R$ 850 milhões na receita operacional. A empresa fechou o primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 220,5 milhões, crescimento de 342,6% na comparação com os R$ 49,8 milhões de igual período do ano passado.

A Cedae fechou primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 220,5 milhões, alta de 342,6% na comparação com igual período do ano passado

A forte queda da receita operacional, que passou de R$ 1,915 bilhão entre janeiro e março do ano passado para R$ 1,061 bilhão em igual período deste ano – recuo de 44,6% – se explica pela mudança de escopo da companhia, que teve leiloados no ano passado suas operações de distribuição de água e coleta e tratamento de esgoto para as empresas Águas do Rio, Águas do Brasil e Iguá.

Hoje, a Águas do Rio realiza a distribuição de água e coleta e tratamento de esgoto em dois blocos do Estado leiloados em abril de 2021, enquanto o terceiro bloco arrematado há pouco mais de um ano é operado pela Iguá. O quarto bloco, leiloado só em dezembro para a Águas do Brasil, ainda está na fase de operação assistida entre a empresa e a Cedae e a previsão é que a companhia privada assuma completamente o ativo em agosto.

Para o presidente da Cedae, Leonardo Soares, o desempenho da companhia no primeiro trimestre mostra o efeito de um choque de gestão implementado a partir da chegada da nova diretoria à companhia, em junho do ano passado, justamente para implementar a “transição dos serviços”.

Os ajustes previstos na companhia, ele diz, estavam inicialmente programados para serem feitos em um prazo de quatro anos. Mas hoje, frisa Soares, dez meses depois da chegada da nova diretoria à empresa, o cronograma está adiantado e já foram cumpridas metas que deveriam ser realizadas em até dois anos.

Um dos principais pontos citados pelo executivo é o nível de investimento feito pela Cedae. Entre 2010 e 2021, a empresa investiu, em média, o equivalente a um volume entre 1,5% e 2% da sua receita própria – exceção feita a 2016, quando houve aportes mais elevados devido à realização dos Jogos Olímpicos.

“Esse nível de investimento reflete uma saúde muito debilitada de qualquer empresa”, diz Soares.

Cedae

Essa alta dos investimentos vai se traduzir, nos próximos anos, principalmente em melhorias e modernização do sistema do Guandu, principal fonte de abastecimento de água da região metropolitana do Rio. Atualmente, o sistema tem capacidade de 43 mil litros por segundo e as obras de infraestrutura adicionarão mais 12 mil litros por segundo à capacidade do Guandu.


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Para se ter uma ideia do avanço dos investimentos da companhia, em 2020, com um faturamento anual de R$ 5,9 bilhões, foram investidos R$ 82 milhões, valor que subiu no ano seguinte para R$ 220 milhões – e um faturamento de R$ 6,1 bilhões. Este ano, com receita prevista de R$ 3,2 bilhões, serão R$ 420 milhões investidos nas operações, enquanto no ano que vem está previsto um salto para R$ 750 milhões, para uma receita de R$ 3,4 bilhões.

O diretor financeiro da companhia, Gustavo Gazzaneo, acrescenta que houve, desde junho, uma profunda revisão de contratos, o que contribuiu para um queda relevante das despesas – que já tinham uma tendência natural de recuou, uma vez que serviços antes prestados pela estatal passaram para as concessionárias de distribuição.

A despesa com pessoal caiu 41,7% na comparação do primeiro trimestre do ano passado para igual período de 2022 – uma queda de R$ 287,5 milhões para R$ 167,5 milhões. Já as despesas com material e serviços de terceiros caíram 18,8% na mesma comparação, de R$ 433,7 milhões para R$ 352 milhões. E as despesas com provisões recuaram de R$ 468,3 milhões para R$ 229,5 milhões, baixa de 50,9%.

Soares também lembrou que a empresa já se beneficiou de novas receitas, rubrica que ela espera aumentar nos próximos meses. Entre janeiro e março foram R$ 36 milhões em segmentos como prestação de serviços de manutenção e certificação de hidrômetros, análise de águas, grandes reparos e soluções de mananciais.

Fonte: Valor Econômico.

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