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Crise econômica afeta diversos segmentos da economia, influenciando orçamentos de todos os portes

A crise econômica pegou em cheio os mais diversos segmentos da economia, afetando orçamentos de todos os portes. Enquanto 40% dos microempreendedores individuais estão inadimplentes c om o governo, segundo levantamento da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, a quantidade de milionários brasileiros despencou 6% entre 2013 e 2014.

A projeção é a de que o Produto Interno Bruto (PIB) de 2015 seja entre 0,8% e 1,5% inferior ao registrado no ano passado. Caso confirmado, o resultado seria o menor desde o primeiro ano do governo Collor.

Em um cenário de indústria no vermelho e inflação e juros em ascensão, a mensagem do mercado é clara, e nada animadora: ninguém escapa. Com o país a caminho da recessão, economistas alertam que o ambiente adverso não será restrito a este ano. Pelo contrário. Para 2016, a estimativa é de uma economia estagnada. O país só deve voltar a “respirar” crescimento em 2017.
Problemas estruturais

O vice-presidente do Conselho Regional de Econom ia em Minas Gerais (Corecon-MG), Pedro Paulo Pettersen, explica que os problemas do Brasil começaram em 2012, quando a política econômica baseada no consumo foi reforçada.

“Foi um programa que deu certo na primeira década de 2000, incentivando a ascensão das classes sociais mais baixas e reduzindo a desigualdade”, diz Pettersen. Mas, passado esse período, segundo ele, era hora de investir em infraestrutura e na sustentabilidade do que foi conquistado, o que não aconteceu. Outro ingrediente ajudou a economia a desandar. A partir de 2012, conforme o professor do Ibmec Reginaldo Nogueira, a inflação foi contida de forma artificial. O governo segurou os preços da gasolina e da energia elétrica, que têm forte impacto no custo de vida do brasileiro .

“O problema é que não dá mais para segurar gasolina e energia, pois agora o governo tem que aumentar a arrecadação para equilibrar as contas públicas”, ressalta Nogueira, referindo-se ao ajuste fiscal.

Com a inflação em 8,47% nos últimos 12 meses, o poder de compra do consumidor vai por água abaixo. O restaurante Origem, por exemplo, localizado no Santa Efigênia, região Leste de Belo Horizonte, registrou queda de 25% do faturamento nos últimos meses. “É nítida a insegurança das pessoas. Alguns trazem o almoço de casa, outras comem menos ou cortam o refrigerante. Tudo para diminuir a conta. O comportamento não é mais o mesmo”, afirma a proprietária, Fernanda de Sá Machado.

Do lado dos mais abastados, a queda nos preços das commodities e o escândalo de corrupção na Petrobras estão entre as principais contribuições para que o número de milionários brasileiros caísse de 172,2 mil para 161,2 mil entre 2013 e 2014, segundo relatório da consultoria Capgemini e da RBC Wealth Management.

Dos pequenos negócios às grandes fortunas, o recuo da demanda, o crescimento do desemprego e a queda da confiança dos consumidores têm efeito dominó sobre o desempenho da economia

 

 
Fonte: Hoje em Dia

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