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Os novos prefeitos e o bem-estar social

[vc_row][vc_column][vc_column_text]Tradicionalmente os primeiros cem dias de mandato, que se completam no dia 10 de abril, são cruciais para que os prefeitos dos mais de cinco mil municípios brasileiros eleitos (e alguns, reeleitos) determinem quais ações serão implementadas durante os próximos quatro anos de suas gestões. E os desafios são imensos, a começar pelo processo de vacinação contra a Covid-19 e dos meios para impedir o avanço da doença; além das questões relativas à zeladoria das cidades; a necessidade de melhorias nas áreas de saúde, educação, transporte e mobilidade urbana, e tantas outras demandas. E, sem dúvida, melhorar os serviços de saneamento básico é outra providência fundamental que não pode ficar fora da pauta, até porque estes serviços estão relacionados à saúde pública, ao bem-estar da população e à preservação do meio ambiente.

Para auxiliar os prefeitos a mapear todos os desafios que terão pela frente e, ao mesmo tempo, permitir aos cidadãos o acesso a informações importantes para que possam cobrar dos governantes ações mais efetivas, a CLP-Liderança Pública (uma organização sem fins lucrativos e suprapartidária, criada para mobilizar a sociedade e o poder público na defesa das causas que fortaleçam a democracia) lançou no final de 2020 uma ferramenta batizada de Ranking de Competitividade dos Municípios. Por meio dela é possível verificar o resultado de um estudo que revelou as quatro áreas listadas como as mais importantes para 405 municípios brasileiros com mais de 80 mil habitantes: saneamento básico, saúde, educação e solidez fiscal.

São áreas que estão intimamente relacionadas umas com as outras, porque o abastecimento de água potável e o tratamento de esgoto são essenciais para a manutenção da saúde, ainda mais por conta da pandemia que requer cuidados redobrados com a higiene. A estimativa da Confederação Nacional da Indústria é de que até 2033, com a universalização dos serviços de saneamento estipulada pelo Novo Marco Legal, se consiga obter uma redução da ordem de R$ 1,45 bilhão nos custos anuais com a saúde.

A educação também faz parte dessa questão porque é imprescindível que os governantes promovam campanhas e ações que orientem a população a cuidar melhor dos recursos naturais, preservando as áreas de mananciais, e fazendo o descarte correto do lixo, entre outras iniciativas. E é preciso também a austeridade fiscal para gastar de forma adequada os recursos financeiros uma vez que, no momento atual, a economia se encontra praticamente parada por conta das restrições a várias atividades para conter o avanço da Covid-19, e consequentemente, também a arrecadação de impostos diminuiu de forma significativa.

Atingir as metas do Novo Marco Legal do saneamento dependerá das políticas adotadas pelos prefeitos, ainda que eles contem com as empresas públicas e privadas para responder pelos serviços. Cabe aos gestores municipais um bom planejamento nesse sentido, bem como a fiscalização e monitoramento constante dos trabalhos dessas empresas. As tecnologias que utilizam Inteligência Artificial, como a solução SmartAcqua, são ferramentas importantes para possibilitar a redução das perdas de água, que é um dos maiores problemas enfrentados pela área de saneamento.

Segundo o mais recente levantamento feito pelo Serviço Nacional de Informações sobre o Saneamento (SNIS), em 2019 as perdas de água chegaram a 51% (água produzida menos água medida com a exclusão de volumes adicionados por políticas tarifárias). Isso significa que mais da metade de toda água produzida por ano é perdida por falta de uma gestão eficiente. É possível reduzir essas perdas de 51% para 34% até 2023, conforme as metas do Plansab, o que permitirá abastecer mais de 38 milhões de brasileiros, com consumo estimado de 150 litros por habitante por dia, e atender a cerca de 50% da demanda reprimida, crescendo em faturamento para as empresas R$ 7,0 bilhões por ano. Para as empresas de saneamento essa medida possibilitaria também obter uma diminuição de R$ 1 bilhão ao ano de custos operacionais como também um crescimento de R$ 6 bilhões por ano do faturamento de água utilizada e não faturada. Soluções existem, mas é preciso vontade política e real disposição para melhorar as condições de vida da população e para implementá-las.

Enéas

*Enéas Ripoli é graduado em Administração de Empresas (PUC) e em Engenharia de Sistemas (FAAP) e sócio fundador das empresas Gestágua Consultoria em Perdas de Água e da SmartAcqua, da qual é CTO.

 

**Hélio Samora é graduado em Engenharia Mecânica (Mackenzie), com pós-graduação em Marketing Industrial (ESPM)e sócio fundador e CEO da SmartAcqua.

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