O debate acerca da renovação ou não do contrato com a Sanepar em Londrina é o atual tema das audiências públicas por lá. Três alternativas são avaliadas: municipalização, renovação do contrato ou a terceirização. “A municipalização exige uma série de desdobramentos, contratação de pessoal e comprometimento de capital. Isso vale também para a licitação. A assinatura de um contrato com a própria Sanepar evita o ressarcimento, mas impede o aporte de recursos que viriam através do processo de concessão. É um processo complexo e a decisão do Executivo depende da opinião pública”, explica Alexandre Kireeff, prefeito de Londrina.
No debate, um ponto não está sendo levado em consideração: Londrina e Cambé têm o sistema de abastecimento integrado e os cambeenses não foram convocados a participar da discussão. Para elucidar dúvidas, procuramos o prefeito João Pavinato. Ele afirmou que o tema em Londrina é antigo, além de crer que se estenderá por muito tempo. “O Sistema Tibagi abastece as duas cidades e há um projeto para atender Rolândia. Tamanha é sua engenhosidade, que no futuro pode chegar a Maringá. Mas, independente da decisão, a Sanepar tem um contrato a cumprir conosco. Enquanto vigente a contrapartida é o acesso a toda população e a prática de valores acessíveis e condizentes com o mercado. Caso mude a titularidade de concessão negociaremos. Cambé é soberana e está sobre o Aqüífero Guarani, de onde podemos captar e tratar a água”, declara.
Acompanhando as discussões pela imprensa e redes sociais, Pavinato afirma que em algum momento os cambeenses foram chamados a participar das audiências, além da Sanepar não lhe passar preocupações em caso da descontinuidade. Interado de como funciona os sistemas de saneamento, ele se coloca a disposição do prefeito, vereadores e população londrinense para ajudar no que for preciso, além de ressaltar a importância dos políticos e moradores de Cambé serem convidados para o debate, uma vez que a questão hídrica é séria e se observa a crise no abastecimento em diversas regiões do país, algo que não ocorre por aqui. “Estamos atentos a questão. Deve-se frisar que a estrutura da Sanepar em Londrina não é algo fácil de desvencilhar apenas por lei. Há um grande custo e em caso de mudança a Sanepar ter que ser ressarcida, além de Londrina, Cambé e a Sanepar terem a obrigação de respeitar contratos vigentes”, afirma.
Cambé e Londrina são privilegiadas quanto à distribuição de água tratada, que atinge 100% dos domicílios. Quanto à coleta e tratamento de esgoto Cambé possui 90% de cobertura, colocando-a num patamar elevado. Porém, o prefeito João Pavinato relata que o interesse coletivo é a plenitude do serviço. “Em reunião com diretores e o presidente da Sanepar, Mounir Chaowiche, afirmou-se o desejo de atender a demanda. Tamanha é a seriedade da empresa, que eles trabalham em novas contratações para implantar o esgoto em bairros históricos do município. A Sanepar é uma boa parceira e enquanto for possível a manteremos, pois nosso contrato ainda tem muito tempo de vigência”, finaliza.
Fonte e Agradecimentos: http://operariodasletras.blogspot.com.br/2015/11/a-municipalizacao-dos-servicos-de-agua.html