O relatório assinado pela consultoria FTI Consulting e apresentado aos credores da OAS, que pediu recuperação judicial no dia 31 de março, avalia que a empresa pode levantar no máximo R$ 2,765 bilhões caso encontre interessados na compra de todos seus ativos.
Esse valor seria suficiente para cobrir apenas 32% da dívida do grupo, que já chega a R$ 8,8 bilhões, mas pode alcançar R$ 10,5 bilhões com a reserva para perdas possíveis (contingenciamento). Porém, o relatório aponta que parte dos negócios não deve encontrar interessados no momento.
De acordo com a OAS, o plano de recuperação judicial vai incluir os recursos das vendas dos ativos e também receitas futuras da construtora, que pretende manter.
O jornal Folha de S. Paulo teve acesso ao documento da consultoria, que mostra por quanto cada um dos negócios do conglomerado está avaliado. O relatório foi formulado a partir de informações confidenciais do plano de negócios, fornecidas pela própria OAS.
A venda da Invepar, seu ativo mais valioso, onde a empreiteira tem participação de 24,4% está avaliada pelo relatório em apenas R$ 1,426 bilhão, bem abaixo do que esperava (R$ 2,8 bilhões).
O escândalo e a crise na Petrobras, importante parceira, tiveram influência decisiva nos negócios. A companhia OAS Óleo e Gás, que aluga navios-sonda à petroleira, é uma das que mais perderam valor nos últimos meses. Por causa da crise da Sete Brasil, que cessou pagamentos, as obras no estaleiro Enseada Paraguaçu foram interrompidas.
Invepar: 1,426 bilhão Arena do Grêmio: R$ 490 milhões Arenas Fonte Nova e das Dunas: R$ 214 milhões OAS Empreendimentos: R$ 208 milhões OAS Óleo e Gás: R$ 107 milhões Recebíveis de acionistas: R$ 100 milhões OAS SOluções Ambientais: R$ 79 milhões Porto 2016: R$ 61 milhões Estaleiro Enseada: R$ 58 milhões Outros: R$ 21 milhões Porto Novo (RJ): R$ 1 milhão.
Fonte: Jornal do Brasil