saneamento basico

Consórcio quer que divisão do cantareira seja de acordo com número de habitantes

A renovação da outorga do Sistema Cantareira está prevista para ser concluída até o dia 31 de outubro deste ano. Entre as propostas sugeridas pelo Consórcio PCJ (Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) está a extinção do Banco de Águas e criação de reserva estratégica única, atualização da vazão limite de retirada, criação de curvas de aversão a enchentes e divisão proporcional ao número de habitantes das regiões hidrográficas envolvidas da água acumulada nos reservatórios do Sistema Cantareira.

Essas propostas estão no documento intitulado ‘Sugestões da Secretaria Executiva do Consórcio PCJ para a Renovação da Outorga do Sistema Cantareira’, que foram apresentadas neste mês às CT’s (Câmaras Técnicas) dos Comitês PCJ.

A divisão proporcional da água ainda levará em conta a redução da capacidade de regularização da água do Sistema Cantareira. Segundo o professor doutor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Antônio Carlos Zuffo, para garantir o abastecimento de água com 95% de segurança, a vazão máxima de retirada seria de apenas 34 metros cúbicos por segundo ante os atuais 36 metros cúbicos autorizados. Com base nisso, as vazões limites para a Região Metropolitana de São Paulo deverão ser adaptadas a essa nova realidade.

Assim, a divisão se daria na seguinte proporção: 24 metros cúbicos por segundo para a Região Metropolitana de São Paulo e 10 metros cúbicos por segundo para o PCJ, respeitando, deste modo, a proporcionalidade do número de habitantes atendidos, sendo nove milhões na Região de São Paulo (69%) e cerca de quatro milhões nas Bacias do Piracicaba e Jundiaí (31%).

Os valores de vazão propostos pelo Consórcio PCJ levam em conta que o aumento populacional das duas regiões durante o período da outorga, que deve ser aprovado para o máximo de 10 anos, serão supridos por outras fontes de abastecimento viabilizadas pelo Governo do Estado de São Paulo, como o Sistema Juqueri, a transposição do rio Paraíba do Sul e a construção dos reservatórios nas Bacias PCJ. Caso os reservatórios do PCJ não estejam prontos até 2020, foi proposto um acréscimo gradual das vazões máximas para a região de 1 metro cúbico por segundo ao ano, até o início da operação dos mesmos.

Retirada

Desde junho, o limite de retirada das Bacias PCJ passou de 2 metros cúbicos por segundo para 3,5 metros cúbicos por segundo.  As novas regras foram anunciadas pela ANA (Agência Nacional de Águas) e pelo DAEE (Departamento de Água e Energia Elétrica de São Paulo).

A definição do volume de água que será utilizada do Sistema Cantareira seguiu o relatório do Centro Nacional de Monitoramento de Alertas de Desastres Naturais, divulgado na semana passada. O documento leva em conta o cenário 50% mais seco que a média histórica. Para o diretor presidente da ANA, Vicente Andreu, mesmo com pior quadro climático, a situação do manancial deverá manter-se estável, em função da redução da retirada.

Já o secretário executivo do Consórcio PCJ, Francisco Lahóz, acredita que a região está no limite de restrição hídrica. “As Bacias PCJ sempre necessitaram de 12 m³/s, durante a estiagem. A região tem economizado, em média, 20%, o que faz com que essa demanda tenha sido reduzida para 9,6 m³/s. Descontando os 3,5 m³/s autorizados pela ANA, ainda teremos um déficit de 6,1 m³/s. Atualmente, estamos sobrevivendo com as nascentes e afluentes dos rios da Bacia, mas, a nossa lição de casa vai ser ainda mais severa para a estiagem de 2015”, destacou.

O Consórcio PCJ informou que segue com as orientações de contingenciamento para a crise hídrica, das quais se destacam: a racionalização do consumo de água, acelerar o combate ao desperdício nos sistemas de abastecimento, com destaque às perdas visíveis, além de ser importante e bastante oportuna o desassoreamento de reservatórios, rios, lagos, lagoas e córregos, para otimizar o armazenamento de água das chuvas quando vierem.

Fonte: Página Popular

Últimas Notícias: