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Energia será produzida a partir de esgoto, garante Celpe

Transformar esgoto em energia elétrica limpa. A iniciativa, da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), vai captar o biogás produzido na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), em Caruaru, no Agreste, para gerar 210 kw de potência energética. Inicialmente, a energia será utilizada para abastecer a própria unidade de tratamento. Caso haja excedente, o percentual não consumido será revertido em crédito financeiro no consumo da Companhia de Pernambucana de Saneamento (Compesa), parceira do projeto.

O programa entra em operação no segundo semestre deste ano e, atualmente, a Celpe está na fase de aquisição dos equipamentos necessários. Thiago Caíres, gestor de Meio Ambiente da Celpe, explica que a nova tecnologia não vai produzir o biogás, mas captar o combustível que já é produzido a partir dos resíduos sólidos e efluentes líquidos do sistema de esgotamento sanitário público e privado. No total, estão sendo investidos mais de R$ 4,6 milhões na aquisição de equipamentos, capacitação profissional, desenvolvimento da tecnologia, instalação e acompanhamento após implantação.

No mesmo período, a iniciativa também será aplicada no sistema de esgoto do Instituto Camará, entidade privada criada para realizar a gestão sustentável de toda a Reserva Camará, complexo multiuso situado no município de Camaragibe. Na instalação particular será implantado um microgerador de energia, com potência estimada em 10 kW, que funcionará a partir dos resíduos gerados na localidade.

“Este é um projeto piloto, que vai servir como fonte de pesquisa para apresentar um modelo novo de geração de energia e sua viabilidade técnica e financeira ao Governo de Pernambuco para que possa se aplicar a outros usos”, adiantou Caíres. Para isso, a produção de energia através do biogás será monitorada, durante um ano, pela equipe de pesquisadores responsável pelo projeto.

“O modelo servirá de base para aplicação em diferentes segmentos, seja comercial, industrial ou residencial”, comenta o gestor. Além da preservação do meio ambiente através da geração de energia limpa, o modelo também contribuirá para o tratamento de esgoto em comunidades isoladas ou naquelas que ainda não dispõe deste serviço no País.

“No sistema de micro ou minigeração ,não há necessidade de construção de linhas de transmissão, uma vez que a energia é consumida no mesmo local em que é produzida, reduzindo consideravelmente os níveis de perdas técnicas inerentes ao transporte da energia elétrica”, explica a Celpe.

O projeto, que faz parte do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor Elétrico da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) conta com a parceria da Compesa e do Governo do Estado, e está sendo executado pela Universidade de Pernambuco (UPE), Centro de Gestão de Tecnologia e Inovação (CTGI) e as empresas B&G Pesquisa e Desenvolvimento em Sistemas Elétricos Ltda e Sustente Energias Sustentáveis Ltda.

 

 
Fonte: Diário de Pernambuco

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