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Sabesp apresenta oficialmente projeto para interligar represas

A Sabesp fez ontem a primeira apresentação oficial do projeto de interligação entre as represas de Jaguari, da bacia do rio Paraíba do Sul, e a de Atibainha, do sistema Cantareira, principal fornecedor de água para a Grande São Paulo.
Anunciada em março deste ano pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) como forma de suprir a falta de água da capital, a obra orçada em R$ 500 milhões enfrenta resistência na região.
Ontem, emissários da Sabesp explicaram o projeto em uma reunião da câmara técnica de planejamento do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), em Taubaté, para cerca de 60 pessoas.
Participaram órgãos ligados à bacia do rio Paraíba e ao meio ambiente, representantes de prefeituras e especialistas em água. O evento começou às 9h30 e terminou às 13h.
Da parte da Sabesp, estiveram presentes o superintendente do Vale do Paraíba, Oto Elias Pinto, que falou sobre a gradual melhora na qualidade da água do rio, e o consultor da empresa, Rubens Porto, que explicou o projeto de ligação.

Pouca água. Segundo Porto, a retirada de água prevista pelo Estado seria de baixo impacto em Jaguari, o que viabilizaria a obra.
O Estado quer tirar até 8.500 litros de água por segundo do Jaguari para Atibainha, mantendo o próprio volume na represa de Jaguari como regra limitadora.
Ou seja, caso a água chegue a uma determinada cota mínima dentro do reservatório, a retirada para o sistema Cantareira seria interrompida.
A proposta é criticada por especialistas na região, que defendem que seja adotada, como regra limitadora, o volume médio dos quatro reservatórios da região –Paraibuna, Santa Branca, Jaguari e Funil– e não apenas o de Jaguari.

Plano B. Além disso, a Sabesp apresentou uma espécie de “plano B” caso Jaguari seque a ponto de impossibilitar a retirada de água para Atibainha e servir de controle de vazão do rio Paraíba, que é a principal função do reservatório.
Nestes casos, o Estado usaria o volume morto da represa de Paraibuna para substituir Jaguari no controle de vazão do rio Paraíba.
A proposta também foi contestada por representantes da região no encontro com a Sabesp, que deverá voltar em uma nova reunião, ainda sem data.

Especialistas criticam argumento do Estado
São José dos Campos

A proposta do Estado de tirar água da bacia do rio Paraíba do Sul para abastecer a Grande São Paulo não agrada especialistas da região.
Na reunião de ontem na sede do Daee, em Taubaté, eles contestaram a obra e disseram que, num momento de crise hídrica como o atual, não se pode nem pensar em tirar água da região.
“A explicação da Sabesp é de que Jaguari não será impactada com a retirada de água, mas isso é verdadeiro só quando reservatório estiver cheio, o que está longe de ocorrer”, disse Nelma Biondi de Angelis, secretária de agronegócio e meio ambiente de Redenção da Serra, presente à reunião.
Para o agrônomo José Mauro dos Santos, a região precisa de organizar para defender os interesses dela diante da proposta do Estado. “O projeto está em andamento”, disse.
Procurada ontem, a Sabesp não se manifestou.

Redenção enfrenta falta de água
Na região, a cidade mais afetada pela estiagem é Redenção da Serra, que capta água na represa de Paraibuna, a mais afetada na região. Ontem, o reservatório estava com 10,54% do seu volume útil. “A Sabesp precisou fazer uma obra emergencial e captar água 6 km abaixo do ponto onde captava na represa”, disse a secretária Nelma Angelis

Fonte e Agradecimentos: http://www.ovale.com.br/sabesp-apresenta-oficialmente-projeto-para-interligar-represas-1.558582

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