Sabesp considera resolvida a crise hídrica no estado de São Paulo

Geraldo Alckmin, governador de SP, garante que não haverá falta d’água.

A Sabesp e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin consideram resolvida a crise hídrica. Especialistas estão menos confiantes.

A Sabesp, empresa responsável pela produção e distribuição de água, diz que a situação melhorou muito, e solicitou à agência reguladora de saneamento o cancelamento, a partir de 1º de maio, do programa de incentivo à redução do consumo de água. Pelo programa, quem economiza, ganha um bônus. Quem gasta mais, paga multa.

No início de março, o governador Geraldo Alckmin, do PSDB, falou da situação. “Passamos a crise. Quer dizer, não precisou fazer rodízio. Não haverá rodízio. Os sistemas todos estão subindo. Temos um sistema de água hoje que passou de 6% para 40% e ainda deve subir mais porque março é um mês ainda chuvoso. E o principal: e o futuro? No futuro, nós teremos mais dos sistemas. Quando? O ano que vem, 2017”, diz Alckmin.

No pedido que fez para acabar com a multa e o bônus, a Sabesp disse que algumas obras foram concluídas e outras estão em execução. Hoje, o nível do Sistema Cantareira está com 34,8%. Durante a seca, esse mesmo sistema, que é o maior da Região Metropolitana, chegou a ter que usar o volume morto, que é uma reserva que fica abaixo do nível de captação da água e que nunca tinha sido usada para abastecer a população.

O especialista Pedro Luiz Cortes, da USP, diz que a situação ainda preocupa:

“Ela não é uma decisão estratégica do ponto de vista de um recurso que está escasso na natureza. É uma tentativa da Sabesp de repor o seu caixa, que ficou muito depreciado com os dois anos de crise. O que a gente tem de água hoje é suficiente para gente rodar até o final do ano e fica na dependência das chuvas do próximo verão. Então a gente realmente não tem uma tranquilidade, uma segurança hídrica”, analisa Pedro Luiz Cortes, professor da usp especialista em gestão de recursos hídricos.

A Sabesp diz que não é uma questão financeira porque teve lucro e continua a investir em obras.

Fonte: JF
Foto: Divulgação

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