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Até dinheiro aparece no lixo da estação de esgoto

A população despeja 15 toneladas de lixo todos os meses na rede de esgoto de Rio Preto. O descarte irresponsável ocorre por vontade deliberada, falta de informação ou descuido. Independentemente do motivo, os próprios autores são afetados mais tarde por sua atitude. Pagam por aquilo que produzem. Garrafas, cabelo, plásticos, camisinhas, papel de bala, restos de alimentos e potes de xampu, só para citar os mais comuns, são jogados em pias de banheiro e de cozinha, privadas, poços de visita (por aquelas tampas de ferro redondas nas ruas) e também galerias de água pluvial irregularmente conectadas na rede de esgoto.

Com a atitude, o combalido meio ambiente é agredido e a qualidade de vida acaba reduzida. O prejuízo é de pelo menos R$ 30 mil anuais, apenas para a retirada dos objetos da tubulação e o seu consequente transbordo para o aterro sanitário. O serviço de tratamento também fica mais caro. O custo financeiro gerado pela falta de educação, no entanto, é imensamente superior. A tubulação é entupida e as máquinas danificadas, o que ocasiona manutenção e a compra de peças. O Serviço Municipal Autônomo de Água e Esgoto (Semae) informa que não tem como mensurar o valor dessas operações.

“A gente poderia economizar R$ 30 mil por ano e investir o dinheiro em melhorias do serviço. Seria uma boa economia. Falta conscientização. É possível reaproveitar parte do lixo que é jogada na rede”, afirma Paulo Paganelli Dodi, gerente de operação e manutenção da autarquia. Os funcionários encontram de tudo na estação, até mesmo dinheiro em espécie. Certa vez, foi localizada a quantia de R$ 1,5 mil. O dono não apareceu para reclamar. Um feto também foi encontrado. Um jacaré, que provavelmente caiu na rede, estava no meio dos detritos.

Segundo Dodi, os lixos maiores, inclusive animais mortos, são despejados na rede propositalmente. Os autores levantam as tampas de ferro existentes no meio das ruas para colocar o que desejam. Resolvem o próprio problema, mas causam outros. O coordenador da ETE, Gustavo Borghi, afirma que um dos grandes vilões da tubulação é o cabelo despejado em pias e nas privadas. Os pelos se agrupam, viram uma bola e seguram outros lixos. Transforma-se, no jargão dos funcionários, em uma espécie de esponja. Pode quebrar as “bombas”. O Semae trata 3 bilhões de litros de água por mês. Antes de ser colocada no rio Preto, passa por processo de limpeza. Todo o esgoto produzido na cidade, tanto industrial como residencial, é levado pela tubulação até a ETE, no extremo norte de Rio Preto.

Para evitar que o lixo descartado na rede siga adiante, entram em cena dois equipamentos trazidos da Alemanha, que se parecem com escadas rolantes. Agem na contenção. O primeiro é chamado tecnicamente de gradeamento grosso, composto por barras de 40 milímetros que ‘seguram’ os objetos de grande porte. Os exemplares que passam são barrados no gradeamento fino, com grades paralelas separadas por quatro milímetros. Os materiais retidos são encaminhados para caçambas em esteiras e levados depois para o aterro sanitário. Um serviço que pode ser evitado com um pouco de conscientização da população. Para reduzir a incidência do problema, o Semae orienta os alunos das escolas que visitam a estação. O objetivo é conscientizar e transformar cada um em multiplicador da ideia. A educação deve começar dentro de casa.

Fonte e Agradecimentos: Diário Web
Veja Mais: http://www.diarioweb.com.br/novoportal/Noticias/Meio+Ambiente/186600,,Ate+dinheiro+aparece+no+lixo+da+estacao+de+esgoto.aspx

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