Casan conquista licença prévia para tratamento de esgoto no Sul de Florianópolis (SC)

A Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (CASAN) obteve da Fundação de Meio Ambiente do Estado (Fatma) a Licença Ambiental Prévia para o sistema de esgotamento sanitário do Sul da Ilha, em Florianópolis. Agora o projeto segue com a Complementação dos estudos ambientais e finalização dos projetos para obtenção da Licença de Instalação.

O licenciamento preliminar tem a aprovação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). “A licença foi obtida a partir de uma série de aperfeiçoamentos nos projetos originais”, informa o gerente de construção da CASAN, Fábio Krieger.

Entre as melhorias está a previsão de tratamento terciário, possibilitando a remoção de fósforo e de nitrogênio do efluente que será liberado pela Estação de Tratamento de Esgoto no Rio Tavares. A emissão em excesso desses elementos no ambiente poderia causar o fenômeno chamado de eutrofização, levando ao crescimento excessivo de algas e comprometendo o ambiente aquático.

Outra melhoria é a ampliação das comunidades que serão atendidas com rede coletora. Além de Campeche e do Rio Tavares, previstos inicialmente, serão contemplados os bairros Fazenda do Rio Tavares, Carianos, Tapera e Ribeirão da Ilha. Serão 200 quilômetros de redes de esgotos, com possibilidade de atender com coleta e tratamento aproximadamente 150 mil moradores.

Recursos e mais estudos

A Estação de Tratamento de Esgotos do Rio Tavares/Campeche vai tratar o esgoto da segunda maior bacia hidrográfica em extensão na Ilha (a primeira é a Bacia Hidrográfica do Rio Ratones). Será implantada com recursos de aproximadamente R$ 200 milhões, obtidos via financiamento do PAC2 (Plano de Aceleração do Crescimento), da Caixa Econômica Federal e da Agência Internacional de Cooperação Japonesa (JICA).

A intenção é operar a estação e lançar o efluente no Rio Tavares durante cinco anos, até 2020, quando deverá ser implantado no Campeche um emissário submarino, considerado a solução ambiental mais efetiva para a região. Estão sendo realizados estudos oceanográficos para a definição do melhor conjunto tratamento/lançamento a ser adotado.

O projeto do sistema será apresentado em encontros com a comunidade, com especial atenção à população que integra a Reserva Extrativista da Costeira do Pirajubaé. Atualmente grande parte da carga de esgoto produzida na região é despejada no Rio Tavares sem tratamento.

“Há uma rejeição inicial do projeto por parte da comunidade, mas é preciso entender que atualmente a maricultura já está ameaçada pelo despejo de esgoto não tratado no mar e na área da Reserva Extrativista do Rio Tavares”, explica o engenheiro químico da CASAN Alexandre Bach Trevisan, que atua junto à Gerência de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.

Ele ressalta que a Estação de Tratamento de Esgotos vai reduzir a pressão urbana sobre a reserva e melhorar o IDH de Florianópolis. “É uma obra de grande importância para a cidade e para a qualidade ambiental de toda a região, incluindo a reserva”, complementa Alexandre.

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