saneamento basico

Com água do volume morto, nível do Sistema Cantareira chega a 26,7%

O nível do Sistema Cantareira, que abastece a grande São Paulo, subiu 18,5 pontos percentuais nesta sexta-feira (16), dia em que a Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp) divulgou o primeiro balanço após o início da captação de água do volume morto, na quinta-feira (15).

Com isso, o índice chegou a 26,7%, mesmo número registrado no dia 5 de janeiro. Na data, não era considerado o volume morto.
A captação foi inaugurada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) em Joanópolis (SP) numa tentativa de evitar o desabastecimento do Sistema Cantareira. Segundo o governo, serão bombeados 182 milhões de metros cúbicos de água. O total da reserva técnica é de 400 milhões de metros cúbicos.
“Trabalhamos sempre com o momento mais difícil, estamos extremamente conservadores, trabalhamos com a mínima da mínima para poder chegar aos períodos das águas. Passaremos o período da seca e chegaremos nas próximas águas”, afirmou o governador durante entrevista coletiva, na quinta.
Estratégias contra a falta de água
O governo oferece bônus de 30% para quem economizar 20% de água e já prometeu que haverá multa para quem gastar mais do que de costume, estratégia criticada por advogados da área de defesa do consumidor.
Em alguns bairros, o governo mudou o fornecimento de água para que as residências sejam abastecidas por represas que não sofrem com a falta de água. A Sabesp afirma não haver racionamento, mas são vários os moradores de bairros da capital, em especial da Zona Norte, que relatam que ficam sem água durante a noite e em alguns momentos do dia.
A retirada do volume morto, no entanto, é uma das principais apostas para que a Grande São Paulo não fique sem água até a próxima estação de chuvas, que começa em outubro. Confira, abaixo, perguntas e respostas sobre o volume morto.
O que é?
O volume morto é um reservatório com 400 milhões de metros cúbicos de água situado abaixo das comportas das represas do Sistema Cantareira. Conhecida também como reserva técnica, essa água nunca foi utilizada para atender a população.
Por que usar essa água?
A Região Metropolitana de São Paulo enfrenta uma crise de abastecimento por causa da falta de chuvas e dos consequentes recordes de queda no nível do Cantareira. O governo do estado tentou fazer desvios para usar a água de outras represas, mas essas manobras não foram suficientes para atender toda a população da Grande São Paulo. Após o nível do sistema atingir um patamar preocupante, a Sabesp fez obras para conseguir bombear a água do volume morto.
Por que o nível do reservatório ficou tão baixo?
Segundo o governo paulista, o mês de janeiro teve apenas 87,8 milímetros de chuva, o pior índice em 84 anos – a média histórica é de 260 milímetros. Para a oposição, a falta de investimentos na ampliação do Cantareira provocou o atual colapso.
O que foi feito para retirar o volume morto?
A obra com 3 km de tubulações e sete bombas flutuantes está orçada em R$ 80 milhões e vai tornar útil uma reserva de 300 bilhões de litros de água que fica abaixo do nível das comportas.

Por que reserva nunca foi usada?
O reservatório nunca foi utilizado porque o sistema de bombeamento não chegava a essa profundidade. A Sabesp faz um serviço emergencial desde o dia 17 de março para retirar água. As obras ficaram prontas nesta quinta.
Quantas pessoas o Cantareira abastece?
O Sistema Cantareira atende uma população de 8,45 milhões de pessoas na capital paulista e região metropolitana de São Paulo. Mais 1,41 milhão de pessoas que não são atendidas pela Sabesp recebem água da represa.

Qual será a nova capacidade do Cantareira?
Com o uso do volume morto, a quantidade de água será suficiente para elevar o nível do sistema em 18,5%, segundo estimam os técnicos da Sabesp. Restariam sem uso no fundo do reservatório outros 10%.
Quanto tempo dura o volume morto?
Com o volume morto, a Grande São Paulo terá abastecimento garantido até, pelo menos, novembro, segundo a Agência Nacional de Águas.

Água é boa para consumo?
Especialistas dizem que a água pode estar contaminada, inclusive com metais pesados, sendo imprópria para beber. Já o governo paulista diz que foram realizados testes que comprovaram a qualidade da água.
A conta ficará mais cara?
O consumidor que gastar acima da média pagará 30% a mais, segundo proposta do governo que deve ser regulamentada pela Arsesp, agência reguladora. Não há previsão para o início da cobrança. Já os consumidores de 31 cidades atendidas pela Sabesp que conseguirem economizar 20% receberão um desconto de 30%.

Fonte e Agradecimentos: G1
Veja mais: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/05/com-agua-do-volume-morto-nivel-do-sistema-cantareira-chega-267.html

Últimas Notícias:
Gerenciando Montanhas Lodo

Gerenciando Montanhas de Lodo: O que Pequim Pode Aprender com o Brasil

As lutas do Rio com lodo ilustram graficamente os problemas de água, energia e resíduos interligados que enfrentam as cidades em expansão do mundo, que já possuem mais de metade da humanidade. À medida que essas cidades continuam a crescer, elas gerarão um aumento de 55% na demanda global por água até 2050 e enfatizam a capacidade dos sistemas de gerenciamento de águas residuais.

Leia mais »