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Drama da água: sinais do colapso a conta-gotas no Sudeste

Seca em São Paulo

Estiagem histórica: a seca prolongada já afeta os principais reservatórios da região Sudeste.

São Paulo – Região mais rica e populosa do país, o Sudeste enfrenta sua pior crise hídrica em mais de 80 anos. Por aqui, correm cerca de 6% dos recursos hídricos do país, que atendem a mais de 80 milhões de pessoas — nada menos do que 40% da população brasileira.

seca prolongada já afeta os principais reservatórios da região. Se as chuvas de janeiro não têm ajudado muito, fevereiro tampouco trará alívio. Segundo previsões do Climatempo, as chuvas que devem chegar aos reservatórios do Sudeste deverão ficar no máximo em 60 por cento da média histórica.

Com o aprofundamento da crise, São PauloMinas Gerais e Rio de Janeiro, os três maiores estados da região, experimentam situações inéditas de escassez. Espírito Santo também já começa a cambalear, com graves perdas agrícolas. Confira a seguir o desdobramento da crise em cada estado.

MINAS GERAIS: A CAIXA D´ÁGUA ESTÁ SECANDO

Conhecida como a caixa-d’água do Brasil, pela vastidão de seus recursos hídricos, Minas Gerais enfrenta sua pior seca em mais de 100 anos. E isso em pleno tradicional período de chuvas. Ao menos 110 cidades mineiras declararam estado de emergência em decorrência da estiagem e duas (Oliveiras e Itapecerica)chegaram a cancelar as folias de carnaval.

Atualmente, o Sistema Paraopeba, que abastece a Região Metropolitana de Belo Horizonte, opera apenas com 30% de capacidade. No mesmo período do ano passado, esse índice era de 78%.

Entre os três reservatórios que compõem o sistema, o quadro mais crítico é o do Sistema de Serra Azul, que está com 5,7% de seu volume, praticamente já operando no volume morto. Já o sistema Vargem das Flores apresenta capacidade atual de 28% e o sistema Rio Manso, 45%.

Divulgação/Prefeitura de Contagem

Vista aérea de Contagem, no interior de Minas Gerais

 Interior de Minas Gerais: ao menos 110 cidades declararam estado de emergência em decorrência da estiagem histórica.

Diante da gravidade do problema, as autoridades mineiras anunciaram medidas emergenciais para conter o consumo de água. Na última quinta-feira (22), a empresa de saneamento básico do Estado de Minas Gerais, Copasa, afirmou que não descarta um racionamento de água no estado ou implementação de multas, caso a população não reduza os gastos.

Para afastar o risco de racionamento, a Copasa lançou uma meta de economia de água de 30%, além de outras medidas, como perfuração de poços artesianos nas regiões mais críticas e contratação de caminhões-pipa. A empresa também se comprometeu a combater as perdas no sistema, que chegam a incríveis 40% na Região Metropolitana de Belo Horizonte, provocadas tanto por vazamentos no percurso entre a distribuição e o consumidor até ligações clandestinas.

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