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Energia atinge preço teto no mercado livre por falta de água nos reservatórios

A falta de água nos reservatórios, que em janeiro chegou apenas a 54% do nível médio dos últimos 60 anos, está interferindo não só na produção das hidrelétricas, responsáveis por 70% da energia nacional, como também no seu preço.

Segundo Reginaldo Medeiros, presidente executivo da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), quanto menos água nos reservatórios, menos energia disponível e, consequentemente, maior o preço da mesma no mercado livre.

Nesta semana, marcada pelo recorde de consumo de energia, devido à forte onda de calor que atingiu o país, e à escassez de chuvas, a Abraceel fixou o valor de R$ 822 por MW, preço máximo determinado pelo órgão. Para Medeiros, a demanda de energia é fundamental para definir o preço da liquidação das diferenças, ou seja, o valor da energia para as distribuidoras que não possuem contrato, ou, que ultrapassaram a cota de consumo estipulada.

Simulamos o preço da energia através de um programa matemático no computador. O consumo de energia da semana, a quantidade de água nos reservatórios e a expectativa de água para o futuro são os fatores que contribuem para o preço estipulado no sistema”, explicou o presidente executivo.

Mesmo com o apagão que deixou mais de 11 estados e cerca de 6 milhões de consumidores sem luz, na tarde de terça (4), o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Marcio Zimmermann, afirmou em entrevista coletiva à imprensa que “não há problemas de fornecimento de energia elétrica”. Contudo, Reginaldo Medeiros alerta que a escassez de janeiro, mês mais úmido do ano, pode prejudicar as expectativas para os próximos meses, caso não chova.

Geralmente, aproveitamos os meses mais úmidos do ano, de outubro a janeiro, para acumular energia para os mais secos, de abril a setembro. Porém, com essa escassez crítica de água, e sem expectativa de chuva, a situação dos próximos meses pode estar comprometida”, disse Medeiros.

Para Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), o problema do sistema elétrico no Brasil está relacionado a uma falta de política energética adequada. “Sabemos que o Brasil é um país tropical, que sofre com ondas de calor. Se o governo não cria alternativas para suprir a escassez de chuvas, nós ficamos a mercê da natureza”, disse.

Incentivar a geração de gás, o fim do chuveiro elétrico, diminuir os obstáculos para licenciamento de sistemas elétricos e criar incentivos econômicos para o racionamento são algumas das alternativas sugeridas pelo diretor do CBIE, a fim de diminuir os apagões e a necessidade de medidas para o racionamento de água.

Fonte: Jornal do Brasil
Veja mais: http://www.jb.com.br/pais/noticias/2014/02/05/energia-atinge-preco-teto-no-mercado-livre-por-falta-de-agua-nos-reservatorios/

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