saneamento basico
energetica

Os benefícios da gestão energética para as companhias de saneamento

Você sabia que o melhor meio de reduzir o consumo e energia elétrica é a gestão energética? Nosso artigo vai falar sobre os benefícios de adotar esse modelo em companhias de saneamento. Confira!

Vamos comentar sobre:

  • A energia elétrica nas companhias de saneamento
  • Os benefícios da gestão energética
  • Exemplos de gestão energética no saneamento
  • Existe energia barata no saneamento?

As concessionárias de saneamento básico, enquanto empresas, buscam sempre controlar seus gastos.

Infelizmente, as companhias de saneamento brasileiras não têm sido um bom exemplo de administração financeira: Quase metade das companhias gastam mais do que arrecadam. Em média, 12% acima das receitas.

Isso nos leva a sérias dificuldades com a universalização e coloca em xeque a gestão exercida sobre essas companhias.

Mas como essa situação pode ser revertida?

A gestão deverá observar os maiores gastos e buscar maneiras de alinhar a empresa. Nas companhias de saneamento, entre os três maiores gastos está a energia elétrica. E é dela que falaremos a seguir!

A energia elétrica nas companhias de saneamento 

Nas décadas de 70 e 80, o setor de saneamento, começava a se estruturar no Brasil, sendo responsável por 75% da demanda energética do país. Não havia expansão do uso de energia elétrica como nos dias atuais, portanto, havia energia barata e pouquíssima preocupação em gestão energética.

Com o passar dos anos, as companhias de saneamento tornaram-se consumidoras de apenas 3% de toda a energia elétrica gerada pelo país devido ao abrupto crescimento do setor energético. Mesmo com um percentual pequeno, a conta anual fica por volta dos 5 bilhões de reais.

A elevação do preço da energia colocou as companhias na posição em que gerir os gastos energéticos se tornou questão de subsistência para entregar seus serviços ao consumidor.

Nos dias atuais, o gasto de energia elétrica representa em média 12,2% dos gastos das companhias. Em alguns casos, chega a 23,8% dos custos para tratamento de água e esgoto, configurando, em média, o segundo maior gasto dessas empresas.

Sendo assim, pensar em gestão energética tem sido crucial para o saneamento, podendo trazer inúmeros benefícios.

Os benefícios da gestão energética 

Um dos primeiros benefícios é a possibilidade de elaborar orçamentos precisos de médio e longo prazo. Ter em mãos uma previsão de gastos futuros e o mais próximo da realidade ajuda a planejar as ações da companhia.

O segundo benefício é poder controlar a recuperação de créditos tributários com base no consumo de energia elétrica.

Uma contabilidade eficiente deve ter controle dos créditos tributários que deverá receber pelo consumo de energia elétrica. Tendo também, um controle interno do mesmo imposto que cobra de seus clientes.

Outro benefício é a possibilidade de reduzir gastos por meio de sistemas informatizados necessários à gestão energética. Esses sistemas controlam perdas e possibilitam a companhia tratar de falhas no abastecimento e bombeamento de água.

Para tal, são instalados equipamentos que aferem um rígido controle de perdas de água, alertando essa situação aos operadores. Trazendo economia, por deixar usar energia para produzir e bombear uma água que não será efetivamente usada.

Gestão Energética

A gestão energética eficiente representa também um maior potencial de investimentos. O governo, por exemplo, da preferência em empresas de saneamento que melhorem o controle, o alcance e a qualidade de seus serviços.

Vale lembrar que controle financeiro é um dos pilares que estruturam o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), que segundo decreto sancionado em 2017, será condição essencial para receber repasses do governo após dezembro de 2019.

Exemplos de gestão energética no saneamento

Algumas companhias têm se atentado nesse gasto e gerado bons exemplos de gestão energética no setor.

É o caso da AEGEA Saneamento, que aliada a Viridis, passou a operar e gerenciar o consumo de energia da companhia em diversos municípios que atua.

Um sistema integrado de gestão rastreável e replicável foi aplicado em 2017 nos processos de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto.

Por meio da coleta, concentração e processamento de dados foi possível criar modelos para moldar os gastos energéticos.

Segundo relatório da própria AEGEA, os ganhos com o projeto foram de 55% na receita líquida e a redução de consumo unitário de energia foi de 8,9% no mesmo ano.

Outro estudo recente feito pela professora Camila Silva Franco, do departamento de Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade Federal de Lavras (UFLA), no estado de Minas Gerais, demonstrou a possibilidade de reduzir até 50% do gasto de energia elétrica em estações de tratamento de esgoto. Isso é possível pelo controle de horários que os filtros são ligados e uma oxigenação adequada.

Existe energia barata no saneamento?

A busca por uma energia mais barata, pode obter sucesso com a cogeração energética. Nesse processo se utilizam os rejeitos de um processo primário os inserindo como matéria prima em outro processo.

Nas estações de saneamento, o que se produz é água limpa e sua resultante após o uso é esgoto, que pode gerar energia. Isso permite o tratamento contínuo do próprio esgoto ou de água limpa, aplicando assim o conceito de cogeração do saneamento básico.

Esse exemplo foi usado pela cidade de Aarthurs na Dinamarca que possui uma planta de tratamento de esgoto. A estação possibilita uma geração de energia de 150% do necessário para sua própria operação por meio do biogás. A energia restante serve para bombear água limpa para 200 mil pessoas.

Cada município ou localidade possui uma realidade diferente e deve analisar junto a seus gestores como utilizar os recursos energéticos em função do saneamento. É importante se atentar que a energia tem um custo financeiro e ambiental representativo que só tende a crescer.

Só nos resta saber, como os gestores de nossa cidade ou da empresa de saneamento tem tratado o assunto de gestão energética? O uso desses recursos têm sido eficientes?

Fonte: EOS.

Últimas Notícias: