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Quinze cidades da região no ‘grupo de elite’ do saneamento

Ranking da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental aponta que esses municípios estão “Rumo à Universalização”, com bons índices em relação ao saneamento básico

Estudo da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes) aponta que 15 cidades da região estão no caminho certo para atingir a universalização do saneamento, ou seja, fazer com que os serviços atinjam a totalidade da população – algo que só foi alcançado por cinco cidades brasileiras. As 15 fazem parte do primeiro grupo, chamado de “Rumo à Universalização”.

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O levantamento analisou 1.868 cidades brasileiras com uma abrangência de 68% da população do País. Para avaliar as cidades, com nota de zero a 500, a associação levou em conta os serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto, coleta de lixo e destinação correta dos resíduos sólidos.

Por meio de informações do Sistema Nacional de Informações de Saneamento (SNIS), com dados de 2017, as cidades de Piracicaba, Rio Claro, São Caetano do Sul, Bilac e Guaiçara são as únicas do ranking a ter 100% de acesso da população em todos os indicadores analisados pelo estudo.

Municípios que se destacaram  

Dos 243 municípios de grande porte, com mais de 100 mil habitantes, Catanduva e Rio Preto se destacam entre 33 cidades classificadas no melhor grupo.

Catanduva aparece na lista com 496,6 pontos. Com uma população estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 121.210 habitantes, a cidade alcançou 100% no quesito tratamento de esgoto e destinação correta dos resíduos sólidos – sem descartes irregulares, queima em forno ou lixão.

Para o chefe interino da Superintendência de Água e Esgoto (Saec), Renato Centurion Stuchi, a nota máxima é resultado de coleta seletiva para recolher resíduos que poderiam parar em pontos de descartes clandestinos. “Uma vez por semana fazemos a coleta seletiva de resíduos como sofá, geladeira e tudo que poderia ser jogado nos terrenos”, afirmou. Plásticos, metais, vidros e outros materiais recicláveis também são recolhidos em cerca de 30 pontos de coleta.

A cidade perdeu ponto em outros três quesitos – coleta de lixo, com 99,2 pontos (em um ranking de zero a 100), coleta de esgoto e abastecimento de água com 98,7 pontos cada um. “Tínhamos loteamentos sem os serviços. Em 2017, o lixo de resíduos sólidos também era feito pela Prefeitura e hoje está com a Saec”, afirmou o superintendente.

Rio Preto aparece com 490 pontos. Pelo estudo, a população tem total acesso aos serviços de tratamento de esgoto, coleta de lixo e destinação correta dos resíduos sólidos que, segundo a Prefeitura, inclui reutilização, compostagem, reciclagem, recuperação e aproveitamento energético.

Perda de pontos 

O município perde nota máxima em abastecimento de água (97 pontos) e coleta de esgoto (93,6). O Serviço Municipal Autônomo de Água e Esgoto (Semae) informou que os números do abastecimento de água estão relacionados aos loteamentos que não contam com rede de água, os irregulares e as áreas rurais.

Sobre a universalização da coleta de esgoto, o Semae citou as obras de ligações de esgoto do Distrito Industrial Carlos de Arnaldo e da região de Talhado, com previsão de conclusão para 2020, e a ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) como fatores que devem melhorar a situação.

Outro ponto que fez com que a nota final diminuísse foi a falta dos serviços nas favelas da Vila Itália e Brejo Alegre. O Semae afirma que desenvolve um plano, junto à Secretaria de Habitação a fim de levar os serviços “para a priorização dos mesmos e a regularização”, afirma a nota.

Nas pequenas e médias

Entre as 1.619 pequenas cidades avaliadas pelo levantamento, 13 municípios da região foram classificados como cidades “Rumo à Universalização” dos serviços de saneamento básico. Ouroeste é a melhor do grupo, com 100% em quatro dos cinco quesitos – coleta de esgoto tem 98,7% de cobertura.

Votuporanga está no ranking e ocupa o 4º lugar da classificação da região com 497,2 pontos. O lixo da cidade é levado para um aterro em Meridiano. Neste quesito, coleta de resíduos sólidos, a cidade perde ponto, com 97,2 pontos.

Para o superintendente adjunto do Saev Ambiental, Marcelo Zeitune, hoje o município possui os serviços. “A gente tem coleta seletiva uma vez por semana em todos os bairros, temos três ecotudos (pontos de apoio para descarte de todo tipo de material) e creio que temos 100%”, afirmou.

Taxa de internação

O ranking da Abes também analisa a taxa de internação nas cidades estudadas, como reflexo direto da importância do saneamento básico para a saúde pública dos municípios.

Baseado em números do Datasus, do Ministério da Saúde, as cidades da região do “grupo de elite” do saneamento registraram taxas menores de internações a cada 100 mil habitantes. Rio Preto e Catanduva registraram uma taxa de 23 internações. Rio Claro, uma das cidades classificadas com 100% de esgoto registrou a menor taxa, com cinco internações.

Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a falta de saneamento adequado e de higiene é responsável por aproximadamente 88% das mortes por diarreia – segunda maior causa de mortes em crianças com cinco anos ou menos. Outro dado da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que 94% dos casos de diarreia no mundo são devidos à falta de acesso à água de qualidade e ao saneamento precário.

Segundo a Abes, a falta de saneamento também provoca cólera, infecções por Salmonella, infecções intestinais bacterianas, doenças intestinais e virais. (FP)

Ranking do Saneamento

Levantamento da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes) revela o nível de universalização do saneamento nos municípios brasileiros (ou seja, o quanto as cidades estão perto de levar saneamento a toda população)

  • Foram avaliados 1.868 municípios, com dados fornecidos pelas próprias cidades ao Sistema Nacional de Informações de Saneamento (SNIS), do Ministério do Desenvolvimento Regional
  • Os itens avaliados são Abastecimento de Água, Coleta de Esgoto, Tratamento de Esgoto, Coleta de Resíduos Sólidos (lixo) e Destinação Adequada do Lixo
  • Para cada item, é avaliado o percentual de habitantes que recebem o serviço. Uma nota de 0 a 100 é atribuída. O ranking é formado pela soma das notas nos cinco quesitos
  • A partir da nota, os municípios são divididos em quatro categorias: Ruma à Universalização (acima de 489 pontos); Compromisso com a Universalização (de 450 a 489); Empenho para Universalização (200 a 449,99) e Primeiros passos para a Universalização (abaixo de 200)
  • Compromisso com a Universalização: Paranapuã, Onda Verde, Pereira Barreto, Elisiário, Pindorama, Mirassol, Meridiano, General Salgado, Bady Bassitt, Três Fronteiras, Nova Granada, Sud Mennucci, Itajobi, Paraíso, Monte Aprazível, Cedral, Guaraci, Estrela d’Oeste, Urânia, Orindiúva, Guzolândia, Paulo de Faria, Magda, Parisi, Altair, Nhandeara, Zacarias, Rubinéia, Mesópolis, Américo de Campos, Guapiaçu, Aparecida d’Oeste, Gastão Vidigal
  • Empenho para Universalização: Embaúba, Turmalina, Palmeira d’Oeste, Nova Aliança, Novais, Aspásia, Bebedouro, Santana da Ponte Pensa, Jaci, Pirangi, Macedônia, Riolândia, Dirce Reis, Palestina, Cardoso, Nova Canaã Paulista, Monte Azul Paulista, Tanabi, Olímpia, Valentim Gentil, Suzanápolis, Bálsamo, Ibirá, Cajobi, Monções, Potirendaba, Populina, Ubarana, Marapoama, Icém, Macaubal, Nipoã, Floreal, Indiaporã, Vitória Brasil, Mira Estrela, Mirassolândia

Fonte: Diário Da Região.

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