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Lixo: uma oportunidade de US$ 10 bi

Por: Carlos Silva Filho
Nas últimas quatro décadas, a população mundial aumentou 85%, e o Brasil cresceu de forma similar, com a população alcançando mais de 200 milhões de pessoas em 2013, e com a perspectiva de atingir 230 milhões até 2040. O processo de urbanização, que já é elevado no Brasil, onde mais de 85% das pessoas vivem nas cidades, deve se acentuar em âmbito global. Além dos fatores populacionais, os fatores econômicos, como aumento do poder aquisitivo e os padrões de consumo, direcionados pelos processos produtivos atuais, também influenciam a geração e gestão de resíduos. No Brasil, o crescimento econômico nos últimos 15 anos resultou em um maior consumo. O País já ocupa posição de destaque em vários setores (produtos de cuidados pessoais e perfumes, eletrônicos e pet care) e deverá ser o 5º maior mercado mundial de consumo em 2020. Com isso, a demanda por materiais é cada vez maior. Segundo pesquisa da Global Footprint Network, o mundo precisa hoje de 1,5 planetas para atender suas demandas de recursos, e a geração de resíduos aumenta no mesmo ritmo. A cada ano, a Abrelpe publica o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, e segundo o estudo mais recente, relativo a 2012, o Brasil gerou quase 63 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU), o que representa 1,049 kg por pessoa por dia, e consolida um aumento de 21% na geração de resíduos no País na última década, duas vezes mais do que o crescimento populacional. Do total de resíduos gerados, 56,5 milhões de toneladas foram coletados nas áreas urbanas, e 10% dos resíduos sólidos urbanos foram deixados em ruas, terrenos e rios. No entanto, a maior preocupação hoje é com a destinação final dos resíduos urbanos. Quase 24 milhões de toneladas por ano ainda vão para locais de destinação inadequados, como lixões, enquanto 33 milhões de toneladas/ano vão principalmente para aterros sanitários, e apenas 3% são reciclados. A indústria de resíduos representa hoje um mercado de quase US$ 10 bilhões, e estudo da ABRELPE mostra que o Brasil ainda precisa de cerca de R$ 7 bilhões em investimentos para que todo o lixo gerado seja coletado e tenha disposição correta. Para atingir essa meta é preciso esforço e mudanças nas práticas atuais. A Política Nacional de Resíduos Sólidos abre uma oportunidade única para se atingir os padrões adequados de gestão de resíduos, com a adoção de novos sistemas, equipamentos, tecnologias e práticas. Mas é preciso conscientização e mudança de comportamento social para evoluirmos de um sistema de gestão de resíduos linear para outro cíclico, no qual Reciclagem, reutilização e recuperação dos materiais descartados desempenhem os papéis principais. É nessa direção que as iniciativas pública e privada devem trabalhar em parceria, para transformar em solução e recursos o que hoje é um problema.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos abre uma oportunidade única para se atingir os padrões adequados de gestão de resíduos, com a adoção de novos sistemas, equipamentos, tecnologias e práticas.

Fonte: Clip TV News
Veja mais: http://www.cliptvnews.com.br/mma/amplia.php?id_noticia=48324

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