Problemas nas obras de implantação de estações de tratamento de esgoto fazem com que ao menos três municípios -São Simão, Pontal e Morro Agudo- joguem seus dejetos de forma in natura em rios e córregos da região de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo).
Em São Simão (278 km de São Paulo), a estação que recebeu R$ 3 milhões do governo do Estado foi construída com canos inadequados para o porte da obra. Além disso, o emissário que faz a ligação com a rede de esgoto da cidade ainda não ficou pronto.
Já em Pontal (351 km de São Paulo) e Morro Agudo (380 km de São Paulo), as obras estão paradas. Falhas na execução e falta de verbas geraram problemas. Agora, o que foi feito corre o risco de se deteriorar por causa do tempo e da falta de manutenção que uma estação de tratamento de esgoto exige.
Além das três cidades, outras dez na região de Ribeirão Preto tratam menos de 10% do esgoto doméstico, segundo o último levantamento feito pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), relativo ao ano de 2012.
Em comum, os municípios têm menos de 50 mil habitantes e precisam de dinheiro para as obras. A exceção é Taquaritinga, que tem 56 mil habitantes, de acordo com estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para o ano de 2013.
Em São Simão, o prefeito Izaias Leão de Souza (PSL), que tomou posse no ano passado, entrou na Justiça pedindo à empreiteira responsável pela construção da estação de tratamento de esgoto a devolução do que já foi pago pela obra.
Uma perícia feita por um engenheiro a pedido da prefeitura atestou que a obra, iniciada em 2007, de acordo com o governo municipal, não seguiu parâmetros técnicos. Não há definição se o Estado liberará recursos para a conclusão da estação.
A prefeitura também pleiteia verbas federais da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) para a construção de uma outra estação.
O ex-prefeito Marcelo dos Santos (PSDB), o Celão, afirmou não ter conhecimento sobre as irregularidades na obra. ‘Quando saí [da prefeitura], deixei a obra em andamento. Já era para ter acabado‘, disse o tucano.
OUTROS CASOS
Em Pontal e Morro Agudo, a demora na inauguração fez com que os reservatórios das estações precisassem receber um revestimento para evitar vazamentos.
O custo adicional à obra vai de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões, segundo o diretor regional do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), Carlos Alencastre.
Em Pontal, a estação de tratamento está com obras paradas ‘há seis, sete anos’ e atravessou duas administrações, segundo o prefeito André Luís Carneiro (PSB).
Alencastre disse que ficaram faltando as instalações elétricas da estação, que estavam sob responsabilidade da prefeitura.
Isso fez com que o reservatório, construído em 2010, ficasse sem uso e, hoje, precise de novo revestimento para ser impermeabilizado.
O caso é parecido em Morro Agudo. Segundo Alencastre, a prefeitura primeiro conseguiu recursos federais para fazer o reservatório mas, só depois, com recursos estaduais, construiu o emissário.
Hoje, ainda falta a estação elevatória, para bombear água para o lago do reservatório, que, como ficou sem uso, também precisará de novo revestimento.
A prefeitura informou que a conclusão das obras vai custar R$ 4,5 milhões. As obras de Pontal e Morro Agudo serão feitas com recursos do governo do Estado, de acordo com o DAEE.
Fonte: Trata Brasil
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