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Reuso de água em grandes empresas é exigido por projeto do estado

O deputado estadual Sergio Majeski  (PSDB) apresentou projeto de lei que institui o Programa de Reuso de Efluentes das Estações de Tratamento de Esgoto ( ETEs) para fins industriais. Se aprovado pela Assembleia Legislativa, o impacto será significativo para a população e o ambiente.

O projeto exige que as indústrias potencialmente poluidoras serão obrigadas a utilizar água vinda diretamente das ETEs, tanto da Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan)  como do Serviço Autônomo de Água e Esgoto  (SAAE) nos municípios.
Somente em 2014, no Espírito Santo foram jogadas fora 51.4 milhões de metros cúbicos  de água das ETEs. Isso significa que a Cesan desperdiçou o equivalente a 51 milhões de caixas d`água de mil litros só no ano passado.
Boa parte desse volume, foi destinado a empresas poluidoras, como à  ArcelorMittal e Vale. O fornecimento foi mantido mesmo em época de grave crise no abastecimento. Até mesmo a água tratada, própria para uso humano, como no caso da Vale.
Juntas, a Arcelor Mittal e a Vale consomem 79 milhões de litros de água diariamente. A Arcelormital Tubarão recebe água sem tratamento da Cesan e são  normalmente são 800 litros por segundo, totalizando  69 milhões de litros por dia.  Contudo, seu contrato com a Cesan permite  o fornecimento de até mil litros por segundo. Na última crise, que já está retomada com a redução das vazões dos rios, o fornecimento à empresa foi ligeiramente reduzido.
Para a Vale, a Cesan, mantém um contrato de uma quantidade um pouco menor. O consumo médio da empresa é de 120 litros por segundo em condições normais, totalizando 10 milhões de litros por dia. Da mesma maneira que para a ArcelorMittal, também a Vale teve pequena redução de sua água na crise.
Com o projeto do deputado Sergio Majeski , este desperdício pode acabar. De acordo com a proposta, o programa  que será desenvolvido pelo setor público, em parceria com as empresas públicas e privadas, classificadas como de grande porte e, em especial,  as poluidoras.
O projeto se justifica, pois  com o crescimento da população urbana e consequente um maior consumo de águas de abastecimento, há mais efluentes domésticos produzido e canalizados para as ETEs. Atualmente é grande a preocupação com a escassez hídrica, e é importante dispor da água de reuso para uso industrial.
A prática do reuso é uma alternativa de abastecimento às indústrias para uso diversos. Em algumas regiões, a própria água de esgoto já é tratada e usada para consumo humano.
O autor do projeto ressalta que o próprio Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Santa Maria da Vitória definiu em resolução que a indústria e o comércio serão os últimos a se beneficiarem com a abastecimento de água,  caso haja uma grande escassez hídrica. Daí, nada mais urgente que incentivar o reuso das águas das ETEs.
O projeto exige que a  qualidade do efluente será monitorada pela própria ETE e fiscalizado pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).
A água das ETEs para uso industrial terá que ser vendida. Hoje, até mesmo a água tratada é fornecida às empresas com preço reduzido, como à Vale.
Fonte: Século Diário
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