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Sorocaba trata menos esgoto do que o divulgado

Sorocaba trata 81,8% do esgoto que gera, 14,2% a menos do que começou a divulgar há quase quatro anos, desde setembro de 2010, quando inaugurou a Estação de Tratamento de Esgoto S-2 (ETE S-2). De lá para cá, o município conquistou prêmios ambientais que também levaram em consideração o tratamento de esgoto. Agora o próprio Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) reconhece que trata 81% e não os 96% que divulgava até o ano passado.

A versão do Saae é que a autarquia passou a utilizar o termo “capacidade instalada de tratamento” ao invés de “esgoto tratado”, após concluir o mapeamento dos pontos da cidade em que o esgoto ainda era coletado, durante a gestão do então diretor-geral Geraldo Caiuby, que chefiou a autarquia de 2009 até dezembro de 2012. Mas uma rápida consulta aos sistemas de busca na internet mostram que a informação incorreta continuou sendo divulgada nos sites oficiais do município até mesmo durante o ano passado.

O próprio Saae, em 22 de março de 2013, em notícia publicada no site da autarquia com o título “Dia Mundial da Água e do Rio Sorocaba”, propagandeava que as estações de tratamento de esgoto em funcionamento já tratavam 96% e restava apenas a estação de tratamento de Aparecidinha para alcançar os 100%.

No site da Prefeitura, em notícia também do ano passado, publicada na ocasião em que Sorocaba conquistou a segunda colocação no Programa Município Verde e Azul, consta que “o município conta hoje com 96% de esgoto tratado”. A mesma notícia informa que “o selo é muito importante, pois garante à administração municipal prioridade na captação de recursos junto ao Governo do Estado”.

Apesar de tratar 81% do esgoto, a capacidade instalada para tratamento hoje em Sorocaba, segundo o Saae, é de 99,8%, o que corresponde a 1.598 litros por segundo. Mas trata 1.310 litros por segundo (81%), na explicação da autarquia, por fatores como despejos clandestinos e regiões da cidade com altitude abaixo das redes coletoras, o que exigirá a implantação de estações elevatórias, para o bombeamento do esgoto até a rede. “Temos também os casos de locais onde o esgoto ainda não é coletado, devido a dificuldades técnicas, como no bairro Santa Terezinha, e os casos de obras que ainda não estão concluídas, como o coletor-tronco do Pirajibu“, informa o Saae.

Cerca de 4% de todo o esgoto gerado na cidade ainda depende da conclusão da Estação de Tratamento de Esgoto de Aparecidinha, cujas obras estão paradas, após a Prefeitura ter pago até R$ 7 milhões a mais do que foi instalado em equipamentos. A empresa recebeu parte dos recursos e não aplicou nas obras, segundo processo movido pelo Saae contra a empreiteira. O dia que ficar pronta a ETE Aparecidinha será responsável pelo tratamento do esgoto produzido em Aparecidinha e Brigadeiro Tobias. Nem mesmo a S-2, que em 2010 levou as autoridades a divulgarem que 96% do esgoto estava sendo tratada deixa de funcionar em sua plena capacidade, porque depende da conclusão do coletor-tronco do Pirajibu, cuja obra também foi abandonada pela empreiteira contratada.

O rio Sorocaba recebe esgoto sem tratamento até mesmo na região central, próximo à Praça Lions, pelo córrego Supiriri. O Saae informa que o esgoto no Supiriri vem da região da Vila Santa Terezinha, onde existem dificuldades para coleta, incluindo obras que serão necessárias no sistema de galerias de águas pluviais, “motivo pelo qual o Saae/Sorocaba está desenvolvendo estudos e projetos para a definição da solução mais adequada”, informa a autarquia. Mas ressalta que nem todo o volume sem coleta é lançado no Supiriri porque muito imóveis possuem fossas sépticas.

Apesar do esgoto da região de Brigadeiro Tobias não ser tratado, a população que lá reside também paga taxa pelo lançamento do efluente. Segundo o Saae, o tratamento só será possível quando a ETE Aparecidinha funcionar, no entanto a região possui coleta e afastamento do esgoto. “A taxa de esgoto, que corresponde a 92,5% sobre o volume de água consumida, é paga por aquela população, visto que se servem da rede pública existente, para a coleta e o afastamento do seu esgoto“, justifica a autarquia.

O Saae alega que as questões que impedem o tratamento de esgoto no volume que a capacidade instalada permite, incluindo as redes coletoras, os emissários, os coletores, as estações elevatórias e as estações de tratamento, “estão sendo solucionadas gradativamente pela autarquia, por meio de fiscalização mais atuante e eficiente e com investimentos, de acordo com as diretrizes e projetos traçados pelo Plano Diretor do Saae/Sorocaba, e no caso do esgoto, a partir do mapa que a autarquia traçou, contendo todos os pontos da cidade ainda não interligados às redes coletoras e/ou de tratamento de esgoto”. Mas deixa de prever até quando a situação será solucionada.

Fonte: Cruzeiro do Sul
Veja mais: http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia/550349/sorocaba-trata-menos-esgoto-do-que-o-divulgado

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