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Investimento em saneamento em Manaus supera outras capitais do Norte

Imagem Ilustrativa

 

Em 2018, a Águas de Manaus assumiu a concessão do serviço de saneamento básico na capital do Amazonas. Desde então, o volume de investimentos na cidade superou o de outras capitais do Norte do Brasil. No total, já foram investidos mais de R$ 500 milhões e há plano de ultrapassar R$ 1 bilhão nos próximos cinco anos. Para entender os resultados concretos, Diego Dal Magro, diretor executivo da Águas de Manaus (AM), do grupo Aegea responde algumas perguntas.

 

Diretor da Águas de Manaus fala sobre planos futuros e acesso aos serviços pela população de baixa renda

 

Como tem sido o ritmo de investimentos da Águas de Manaus no saneamento dessa cidade com um cenário tão desafiador?

Desde o ano 2000, os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário de Manaus foram concedidos à iniciativa privada, por meio de contrato de concessão, saindo da gestão da estatal Cosama, passando por duas empresas até a atuação da Aegea, em 2018.

Desde que chegamos, passamos a atuar em sintonia com a prefeitura de Manaus e o governo do Amazonas, em especial a Unidade Gestora de Projetos Especiais — UGPE.

De 2018 até agora, houve significativa melhoria na qualidade da água, com necessidade de garantir a adequada distribuição e regularidade, sobretudo quando se considera o crescimento populacional da cidade, que saltou em 25% em uma década. O esgotamento sanitário é um capítulo à parte, mas vem recebendo investimentos, chegando hoje a 26% da cidade, com meta de alcançar 45% em 2025.

No total, já foram investidos mais de R$ 500 milhões no saneamento e temos um robusto plano que prevê mais R$ 1 bilhão para os próximos cinco anos. O valor médio de investimento por ano em Manaus (R$ 160 milhões ao ano) é superior ao dobro da média nas outras capitais do Norte no mesmo período (R$ 68 milhões por ano). O plano de investimento demonstra que Manaus está pronta para avançar em saneamento e posicionar-se como a Metrópole da Amazônia que é.

 

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A companhia concede hoje isenção para famílias de baixa renda. Como essa tarifa se torna sustentável para a empresa?

A Tarifa Manauara é um instrumento de equidade social, fruto de uma soma de esforços com a prefeitura. A isenção de 50% do valor da conta é para pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade, portanto, mais do que ser uma medida para evitar a inadimplência, é nosso compromisso em garantir acesso à água tratada para todos.

Para além do desconto, implantamos infraestrutura de abastecimento que se adapta à geografia de regiões de difícil acesso, como becos, palafitas e rip-raps, a exemplo das redes aéreas, que são suspensas e evitam contato com o rio e igarapé, além de outras iniciativas que dialogam com a população, conhecendo a realidade e implantando soluções para que a água chegue onde nunca havia chegado. O comprovante de residência também é uma conquista dessas famílias.

Por meio de ações sociais e presença constante nas comunidades, estamos cada vez mais próximos do nosso usuário, ouvindo e atendendo ao que realmente precisam e construindo relações duradouras.

Água e esgoto tratados são, certamente, muito importantes, mas como eles refletem na economia da cidade?

O aumento da dignidade é chave para uma melhor qualidade de vida. Além disso, o impacto na saúde pública é muito significativo.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que a cada R$ 1 investido em saneamento, economiza-se R$ 4 em saúde. Uma pesquisa do Instituto Trata Brasil com comunidades vulneráveis que passaram a ter o serviço de abastecimento de água, mostra que antes da chegada da concessionária, era comum os moradores ficarem doentes de três a quatro vezes por ano.

Depois do acesso à água tratada, o indicador foi transformado: 83% das pessoas agora relatam ficar doentes apenas uma vez ao ano, antes esse índice era de apenas 43%. Na percepção dos entrevistados, o percentual de crianças que adoeceram e faltaram à escola caiu de 46% para 11%.

A realidade é que estamos cada vez mais próximos do nosso usuário. Atualmente nos posicionamos de forma eficiente, temos um bom planejamento e conseguimos fazer nossos projetos serem efetivos com impacto positivo para a evolução do saneamento. Uma população mais saudável tem um presente e futuro melhor.

O senhor falou em uma previsão de mais R$ 1 bilhão nos próximos cinco anos da concessão. Esse valor vai ser suficiente para atingir os objetivos quando ainda há tanto a ser feito?

Sim, é suficiente. O investimento inicial, robusto, de R$ 500 milhões, visou garantir o acesso ao abastecimento para quem nunca tinha recebido o serviço, o que demandou a implantação de toda a infraestrutura necessária. Construímos uma base sólida sobre a qual podemos nos desenvolver. Atualmente, já universalizamos o abastecimento de água e agora o objetivo é ampliar o acesso ao esgotamento sanitário a 45% até 2025 e 80% até 2030.

Fonte: Entrevista concedida por Diego Dal Magro ‘a Plataforma Bússola da Exame

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