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Crise econômica impacta obras de Saneamento Básico no Rio de Janeiro

Vendedor de coco que há 15 anos estaciona diariamente o seu caminhão às margens da RJ-104, em São Gonçalo, Ronaldo Chiste garante que, não fosse ele, o esqueleto do que deveria ser o Hospital da Mãe, a primeira maternidade estadual no município, já teria sido invadido. A construção, interrompida há quase dois anos, é uma da lista de 36 obras a cargo da administração direta do estado, que somam R$ 2,1 bilhões e que tiveram de ser paralisadas por causa da crise financeira. Apenas duas obras para despoluir a Baía de Guanabara — em Alcântara e na Cidade Nova —, que têm recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento, estão sendo tocadas pelo governo, embora em ritmo muito lento. Mas também elas poderão parar em março, se a União não prorrogar o prazo dos contratos.

O projeto de recuperação ambiental das lagoas da Barra e de Jacarepaguá, desenvolvidos pela Secretaria estadual do Ambiente está paralisado. Dos R$ 673 milhões previstos, apenas R$ 11 milhões foram investidos. Entre os serviços calculados, estão a limpeza de resíduos sólidos de grande porte do fundo das lagoas e manguezais, o plantio de 30 mil mudas de mangues e a instalação de sete quilômetros de cercas de proteção na faixa marginal de Camorim e Tijuca.

ENTORNO DA BAÍA EM FOCO

Apesar do ritmo lento, a Secretaria do Ambiente assegura que duas obras do Programa de Saneamento Ambiental dos Municípios do Entorno da Baía da Guanabara (Psam), com recursos do BID, estão sendo tocadas: a implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário de Alcântara, em São Gonçalo, no valor de R$ 354,9 milhões, e a instalação de 4,2 quilômetros de coletor-tronco para a captação do esgoto lançado diretamente no Canal do Mangue, que seria levado para a Estação de Tratamento de Esgoto de Alegria, em Benfica, com investimentos de R$ 81 milhões. No entanto, se o contrato com o BID não for prorrogado, as duas obras serão paralisadas em março.

— Os recursos do BID estão disponíveis. Apelo à sensibilidade do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para que aprove a renovação do empréstimo com o banco. A não continuidade do Psam representa um prejuízo ambiental e social inestimável para o Rio, já que essas intervenções reduzirão o lançamento de esgoto in natura na Baía de Guanabara, beneficiando milhares de moradores do entorno — afirma André Corrêa, secretário do Ambiente, que está licenciado.

Entre as 36 obras públicas do estado paradas, estão ainda intervenções para melhorar o abastecimento de água e o escoamento de esgoto, reformas de delegacias e colégios, e a ampliação e a construção de unidades de saúde.

O QUE PAROU:

Linha 4. A Estação Gávea do metrô está com 42% concluídos. Falta a escavação de 1,2 km de túnel entre o Alto Leblon e a Gávea (cerca de R$ 500 milhões).

Lagoas. Dos R$ 673 milhões para as lagoas de Barra e Jacarepaguá, só R$ 11 milhões foram gastos.

Saneamento. Só estão com 21% prontos o projeto de levar água para Zona Oeste (R$ 149,1 milhões). Obras parecidas em Inoã/Itaipuaçu (R$ 53,9 milhões) e São Gonçalo (R$ 26,4 milhões) pararam com 98% e 35%, respectivamente. As de esgotamento sanitário nas bacias do Sarapuí (R$ 24 milhões) e Pavuna pararam com 54,9% e 73,5%.

Veja a lista completa clicando aqui.

Fonte: Adaptado do jornal O Globo

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