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Dilma diz que Brasil continua atraente para o investidor estrangeiro

BRASÍLIA  –  (Atualizada às 18h20) A presidente Dilma Rousseff, na mensagem encaminhada à sessão inaugural do Congresso Nacional em 2014 e lida pelo senador João Vicente Claudino (PTB-PI), nesta segunda-feira, 3, citou dados da economia do país nos três primeiros anos do seu governo, como inflação dentro da banda da meta e o crescimento do nível de emprego, e afirmou que “o Brasil é e continua sendo um dos mercados mais atraentes para o investidor estrangeiro”.

A tarefa de levar a mensagem à sessão solene, realizada no plenário da Câmara dos Deputados, foi a primeira do novo ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que assumiu o cargo horas antes.

“A responsabilidade com as contas públicas não está dissociada da responsabilidade social. É digno de nota o fato de que a economia brasileira tem criado volumes expressivos de empregos”, afirmou a presidente, na mensagem em que faz um balanço dos três primeiros anos de seu governo e apresenta as metas para 2014.

“O crescimento econômico do Brasil é sustentável”, diz a presidente. “Vamos cumprir, antes do prazo estipulado, o compromisso de redução de gases estufa”, afirmou. Dilma garantiu que o governo está investindo muito na transparência da gestão pública, “de forma a acabar com a chaga histórica da corrupção”.

Ela citou, como “um dos resultados socialmente mais importantes de 2013”, a expansão do emprego, com a geração de 1,1 milhão de empregos. Citou que a política de desonerações da folha de pagamentos desenvolvida pelo governo beneficiará 56 setores industriais a partir de janeiro de 2014 e que o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) terá sequência em 2014, como parte da estratégia de desenvolvimento produtivo.

Mercadante levou a mensagem de Dilma acompanhado da ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais). No Salão Negro, acompanhados de líderes, ambos receberam os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

Bolsa Família

Em sua mensagem, a presidente também afirmou que o grande desafio do governo, neste último ano do seu mandato, será universalizar o programa Bolsa Família e outros de transferência de renda, localizando e incluindo no cadastro único de programas sociais famílias que se encontram em situação de extrema pobreza, ainda não localizadas.

Segundo ela, estima-se que sejam 500 mil famílias. Incluí-las no programa Bolsa Família será, de acordo com a presidente, um passo importante para fazer do Brasil um “país livre da pobreza extrema”.

Protestos

Dilma citou as demandas manifestadas pela população nos protestos que tomaram as ruas em 2013 e disse que o Congresso “se sensibilizou com as demandas”, ao aprovar, por exemplo, o projeto de lei que destina a maior parte dos recursos gerados pela exploração do petróleo da camada pré-sal para o setor da educação.

Ela ressaltou que, já nos próximos anos, “estaremos transformando os recursos finitos do petróleo em educação”. A presidente também prometeu ampliar, em 2014, de 296 para 500  as unidades de pronto atendimento da saúde. A melhoria dos serviços de saúde foi outra bandeira dos manifestantes em 2013.

“Estamos também investindo na geração de oportunidades, de transformação da vida de milhões de brasileiros e brasileiras, que recebem o Bolsa Família”, afirmou. Segundo a presidente, em 2013 os serviços de assistência técnica alcançaram 250 mil agricultores familiares em situação de extrema pobreza. Disse também que o prazo de contratação de construção de novas creches deve reduzir de 18 meses para seis meses.

“Já contratamos 5 mil das 6 mil creches prometidas. Tenho certeza de que atingiremos, em 2014, a meta de 8 milhões de jovens no Pronatec”, afirmou a mandatária.

Dilma disse que o Enem foi fortalecido como procedimento de seleção nacional para universidades em 2013 e que a meta do Fies, Fundo de Financiamento Estudantil, para 2014 é oferecer financiamento para mais de 400 mil alunos.

“A política de cotas são essenciais para superação das nossas injustiças históricas e combate à discriminação racial”, disse Dilma. De 2011 a 2013, foram concedidas mais de 60 mil bolsas no Ciências Sem Fronteiras, segundo a presidente, e em 2014, haverá nova modalidade do programa para mestrado profissional.

Concessões

Dilma lembrou que o governo fez, em 2013, cinco leilões de rodovias, com a transferência de 4 mil km para a iniciativa privada. “Em 2014, temos mais um leilão de rodovia planejada, enquanto identificamos outros trechos que podem ser concedidos. Aprovamos, em 2013, novo marco regulatória para o sistema portuário brasileiro. Autorizamos nove pedidos para construção e ampliação de nove terminais e outros 54 portos aguardam avaliação para ampliação ou construção em 2014”, ressaltou a presidente, que também citou, como realizações de 2013, a retomada das licitações da exploração dos campos de petróleo e gás e a realização.

Emergentes

A presidente afirmou, ainda, que 2014 será repleto de desafios na economia, como aconteceu em 2013, mas ela disse acreditar que há fortes indícios de que estejamos assistindo ao início da recuperação econômica de países desenvolvidos. Mas, de acordo com Dilma, nenhum país pode enfrentar isoladamente a tarefa de reconstruir a economia mundial.

“É imprescindível forjar uma governança representativa e transparente. Este é o compromisso que o Brasil vai reafirmar em 2014”, disse.

A presidente terminou sua mensagem pedindo apoio do Congresso “para continuar a construir, juntos, o Brasil com que sempre sonhamos”. Dilma prometeu continuar a “atuação em parceria” não só entre os órgãos do governo, como também com os demais poderes da República.

A carta de Dilma ao Congresso ressalta que o encontro dos países integrantes do Brics (além do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) no país, em junho, marcará uma nova fase do grupo.

Outro ponto destacado pela presidente foi o compromisso do governo brasileiro com a manutenção da internet como um “território livre e neutro”. A presidente também voltou a defender a importância da reforma política, “para que o Brasil avance de forma mais rápida”.

A presidente reiterou que o país vai manter a gestão das contas públicas compatível com a responsabilidade fiscal e, para isso, conta com ajuda do pacto que firmou em 2013 com lideranças políticas.

(Cristiano Zaia, Raphael Di Cunto e Raquel Ulhôa | Valor)

Fonte e Agradecimentos:  http://www.valor.com.br/politica/3417896/dilma-diz-que-brasil-continua-atraente-para-o-investidor-estrangeiro#ixzz2sJdS6vDD

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