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Presidente do Conselho da Cosan destaca a necessidade de investimentos

Presidente do Conselho de Administração do Grupo Cosan segue confiante nas medidas do Governo

Com planos de investir R$ 9 bilhões na malha ferroviária, inclusive nas linhas do Porto de Santos, o presidente do Conselho de Administração do Grupo Cosan, Rubens Ometto, segue confiante, principalmente nas medidas que o Governo Federal pretende implantar para estimular o setor. Sobre a infraestrutura do cais santista, ele destaca a necessidade de investimentos nos acessos ferroviários e aquaviários. E afirma que a companhia poderá disputar as licitações de terminais portuários previstas para este ano, segundo a Secretaria de Portos (SEP). Confira a entrevista com o executivo a seguir.

Qual sua avaliação sobre o Porto de Santos? Quais suas maiores necessidades?

O Porto de Santos precisa de investimentos para fazer jus ao merecido título de um dos mais importantes portos do mundo. O seu acesso está estrangulado tanto pela via marítima quanto pela terrestre. A principal vítima disso são os produtos brasileiros, que ficam mais caros e menos competitivos. Há soluções? Claro que há. E são conhecidas. Mas é preciso um esforço coletivo, do Governo e da iniciativa privada, para superarmos as barreiras burocráticas e avançarmos.

Quais os desafios para fazer com que o Porto possa crescer ainda mais?

A demanda por cargas deve crescer e, certamente, haverá uma grande expansão do pré-sal na Bacia de Campos. O volume do Porto será duplicado em dez anos ou menos. E ele tem que estar preparado para receber navios maiores com o aprofundamento do calado. O acesso terrestre também precisa de muito investimento. Com a fusão entre a Rumo e a (concessionária ferroviária) ALL, o objetivo é que os investimentos sejam acelerados no modal ferroviário. Vejo com otimismo as oportunidades de crescimento da ferrovia no acesso ao Porto.

Por que, apesar de necessários, esses investimentos públicos ainda não foram realizados?

Eu acho que é um negócio que o usuário tem que pressionar. As empresas envolvidas têm que pressionar. Mas acho que, por parte do Governo, eles estão bem convencidos dessa necessidade. Precisamos redobrar esforços para não perder oportunidades que tragam desenvolvimento para o Brasil. É necessário ter mais agilidade para resolver os problemas que impedem as melhorias da infraestrutura, reduzir as barreiras da burocracia e alavancar investimentos. Assim, será possível gerar novos empregos e riquezas para o País, com benefícios para todos. Acho que agora compete à gente. Nunca houve uma iniciativa, um empreendimento tão focado como é o que nós estamos fazendo na ALL. A Rumo, junto com a ALL.

No que ele consiste?

Tem todo um projeto enorme de aumento da malha, duplicação de algumas linhas, investimento em locomotivas, vagões, melhorias dos terminais. É um projeto completo e vai variar entre R$ 6 bilhões e R$ 9 bilhões, em cinco anos. Em três anos, queremos mudar a cara da antiga malha da ALL para uma ferrovia de ponta.Além disso, a Rumo ALL está trabalhando ao lado de outros concessionários ferroviários, com o objetivo de dobrar a capacidade de transporte ferroviário em Santos. Temos planos para duplicar os acessos a terminais das margens Direita e Esquerda, tornando o Porto mais competitivo.

Qual a avaliação sobre o pacote de concessões do Governo?

Vamos ver as condições que vão vir nesse novo edital. A gente fez estudos profundos no primeiro plano, na outra regra. E a gente quer olhar com bastante carinho. Tem algumas áreas em que temos bastante interesse em olhar, sim. Ainda não está claro o que vai vir. Se for outorga (o critério para a licitação), muda completamente o cenário que a gente tinha no passado. Então, a gente vai ter que refazer todas as contas. A gente precisa entender exatamente como vai ser. No modelo anterior, estava ficando difícil para a conta ficar em pé.

E quais as prioridades do País?

Cada vez mais é a prioridade do escoamento, do investimento em infraestrutura para reduzir o Custo Brasil. Porque o que segura mesmo o Brasil, o que alimenta o Brasil é o agronegócio. E para o agronegócio, o melhor caminho ainda é o Porto de Santos. Então, cada vez mais o pessoal está acordando para a necessidade de fazer esses investimentos.

Sobre a crise pela qual passa o País, qual sua avaliação?

As dificuldades são muitas e não podemos negligenciá-las. Mas penso que é possível superar qualquer crise com muito trabalho, seriedade e objetivos bem definidos.

E como sair dela?

O País está em uma desaceleração grande, um começo de recessão. Todo mundo está sentindo. Eu acho que as medidas econômicas dos ministros Levy e Nelson Barbosa estão na direção certa, só precisa fazer um acerto melhor com a classe política para que seja aprovado o que se tem que fazer, independente se é uma iniciativa de um partido ou de outro. Precisa ver o que é melhor para o Pais. Acho que precisa ter a grandiosidade para poder diferenciar uma coisa da outra.

E como alavancar os investimentos públicos em infraestrutura?

É fundamental um empenho coletivo de todos. Há avanços por parte do Governo. Podemos citar a nova Lei dos Portos e também o trabalho da Codesp e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Mas há ainda muita coisa a ser feita. Os desafios da burocracia são muito grandes. As licitações portuárias em Santos não podem demorar um ano e meio para serem concluídas, como já ocorreu. Para isso é preciso eliminar as barreiras burocráticas. É complexo realizar os investimentos necessários se os processos de aprovação levarem quatro anos para sua conclusão, como por vezes acontece.

Fonte: A Tribuna

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