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Alckmin: custo do uso do “volume morto” não será repassado às tarifas

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse, nesta quinta-feira, 15, que as medidas tomadas para reduzir o consumo de água do sistema Cantareira compensam a ausência de racionamento na Grande São Paulo. “O que já fizemos com a redução da retirada de água do Cantareira equivale a um rodízio de 36×72 horas, ou seja, 36 horas com água e 72 sem água”, afirmou durante ato que marcou o início do bombeamento da reserva técnica do sistema, também chamada de “volume morto”, que fica abaixo do sistema de captação.

Nesta quinta foi iniciada a captação da reserva técnica da represa Jaguari/Jacareí, uma das cinco do sistema Cantareira. A operação permitirá levar água da reserva técnica para a estação de tratamento do Guaraú. Com isso, o nível do Sistema Cantareira aumentará em cerca de 182,5 bilhões de litros de água, o que fará com que o nível do sistema suba 18,5% a partir de amanhã. O projeto de instalação de bombas para captação de águas da reserva técnica conta, ainda, com uma segunda etapa de equipamentos em fase de instalação na represa Atibainha.

Sem repasse

De acordo com Alckmin, o custo do bombeamento do volume morto, de R$ 80 milhões, será absorvido pela Sabesp e não será repassado às tarifas. “Estamos abrindo mão de receita para estimular o uso racional da água”, disse.

Segundo o governador, as medidas tomadas permitiram uma diminuição de 3,2 metros cúbicos por segundo na retirada de água do Cantareira. Entre essas medidas ele citou o bônus para quem consumir menos, que hoje atinge todos os municípios da Grande São Paulo, a substituição de bairros que deixaram de ser atendidos pelo Cantareira e agora estão sendo abastecidos pelo Alto Tietê e pela Guarapiranga, e a redução de perdas no sistema.

Com as medidas,1,5 milhão de pessoas deixaram de ser atendidas pelo Cantareira na Grande São Paulo e, até julho, esse número aumentará para 2,1 milhões.

O governador não quis comentar sobre a adoção de multas para quem aumentar o consumo de água. Segundo ele, essa medida ainda está em estudo pela Arsesp, a agência reguladora de água e saneamento do Estado.

Segundo Alckmin, com as medidas tomadas, o Cantareira vai durar até “as próximas águas”. O período de chuvas começa normalmente no último trimestre do ano. “Trabalhamos com um cenário extremamente conservador. Nós chegaremos às próximas águas”, disse. Segundo ele, outras ações de médio prazo ajudarão o sistema a sair da crise, como a interligação do Cantareira com o sistema Atibainha/Jaguari. “E teremos um sétimo sistema, o de São Lourenço, que está em obras e trará água de Juquitiba”, afirmou.

Reserva técnica

De acordo com comunicado distribuído pelo governo do Estado, na reserva técnica, um complexo de 17 bombas flutuantes fará a elevação da água até o nível das estruturas de captação, para que possa ser aproveitada. Esse volume seguirá até a Estação de Tratamento de Água Guaraú, na zona norte de São Paulo. Para a captação, foram construídos dois canais, que somam 3,5 quilômetros de extensão. Foram dois meses de obras e um investimento de R$ 80 milhões.

O volume de água que estará à disposição para abastecimento público é de 182,5 bilhões de litros, de uma reserva total de 400 bilhões. Esse recurso será utilizado para abastecer a população da Região Metropolitana de São Paulo até março de 2015. Em caso de as chuvas voltarem à normalidade, o uso da reserva técnica deverá ser suspenso, com retorno ao modelo de captação anterior.

O Sistema Cantareira responde pelo abastecimento de cerca de 9 milhões de habitantes.

Fonte e Agradecimentos: Valor Econômico
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