Imagem Ilustrativa
As prefeituras de Belo Horizonte e Contagem assinaram com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), na quinta-feira (7), convênio para implantar um plano de despoluição da Lagoa da Pampulha.
O investimento é de R$ 146,5 milhões.
As obras envolvem a expansão de rede de esgoto, proteção dos cursos d’água do entorno e da vida aquática e melhoria das condições sanitárias.
Em setembro do ano passado, as três partes fizeram uma reunião na sede do Executivo de BH para discutir a despoluição da espelho d’água.
Os três lados acertaram que, em 45 dias, apresentariam um plano que contemplasse os problemas, o que precisaria ser feito, qual seria o investimento e, principalmente, os prazos. Contudo, ele veio somente quase 10 meses depois.
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Implantação
A previsão é de conclusão do plano em cinco anos. O investimento será utilizado em manutenções e melhorias de natureza continuada, obras de expansão de rede e ligações previstas.
Entre as ações, está programado dar continuidade às obras previstas pela Copasa para a 4ª Etapa de despoluição da bacia da Pampulha. As intervenções já estão contratadas, com previsão de 800 metros de rede coletora e 1.290 metros de interceptores e ligações domiciliares nas vias a serem atendidas.
“Esse convênio, na realidade, permite que todos os resíduos que são jogados na lagoa diretamente, sem tratamento, sem passar pela rede de esgoto, sejam corrigidos. Nós estamos falando de cerca de 10 mil residências que jogam o seu esgoto diretamente na lagoa que agora vão ser corrigidas e vão ser colocadas na rede de esgoto para que não atinja a lagoa. A lagoa, hoje, nós trabalhamos muito na limpeza, no desassoreamento. Acaba de fazer, vem esgoto de volta. Aí tira de novo, vem o esgoto e volta”, diz o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD).
As prefeituras e a companhia também querem fazer a ligação de esgoto nas áreas que já dispõem de rede coletora, mas que ainda não estão conectadas, lançando, assim, material nos principais afluentes da lagoa, como o Ribeirão Sarandi, na Região da Ressaca, e o Ribeirão Bom Jesus (ou Água Funda), na Região do Nacional, em Contagem.
A meta é que sejam realizadas 9,7 mil novas ligações. A maior parte dos trabalhos será em Contagem, onde serão 7 mil ligações. Em Belo Horizonte serão 2,7çãoCopasa mil.
“Das 9,8 mil ligações, grande parte, mais de 7 mil ligações, está no município de Contagem. Grande parte do recurso será ali aplicado. Os R$ 150 milhões, eles se destinam a trabalho de obra: rede coletoras, interceptores, a parte de engenharia necessária para coletar e dar destinação adequada desse recurso, mobilização social, que é muito importante, que é o que garante o engajamento no objetivo colocado, e a parte de projetos que ainda está sendo finalizada também”, explica o presidente da Copasa, Guilherme Augusto Duarte.
A Lagoa da Pampulha tem área total de 98,4 km quadrados: 56% em Contagem e 44% em BH.
Acordo
O Ministério Público Federal (MPF), Belo Horizonte, Contagem e a Copasa celebraram acordo judicial nos autos de ação civil pública (ACP) em defesa da recuperação da Lagoa da Pampulha.
A iniciativa estabelece um plano de ação para implementação e conclusão de um sistema de esgotamento sanitário que ponha fim ao despejo no espelho d’água.
As medidas atendem aos objetivos da ACP proposta pela prefeitura da capital mineira, em setembro do ano passado, para que o esgoto fosse coletado, tratado e não despejado na lagoa, para que ela seja completamente recuperada, inclusive para a prática de esportes náuticos.
Lagoa da Pampulha
Há seis anos, em julho de 2016, o Conjunto Arquitetônico da Pampulha se tornou Patrimônio Cultural da Humanidade.
A decisão foi da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) em Istambul, na Turquia.
Em Minas Gerais, os centros históricos de Ouro Preto e Diamantina, além do Santuário de Bom Jesus de Matozinhos, em Congonhas, já possuem este título.
Fonte: G1.