De acordo com um novo estudo francês, a água de esgoto das cidades e hospitais liberam algumas bactérias resistentes a antibióticos para o meio ambiente. Ainda que as estações de tratamento de água cortem o número de bactérias em geral presentes, o tratamento aumenta a proporção de bactérias resistente a alguns antibióticos.
O estudo foca na Escherichia coli (E. coli), um tipo de bactéria que normalmente está presente no intestino de muitos animais saudáveis, incluindo nos humanos, mas que certas variações podem causar intoxicação alimentar. Muitas bactérias resistentes a drogas, incluindo a E. coli, é um problema que vem crescendo.
Bactérias não resistentes podem pegar o gene resistente das bactérias que o possui, além dessa resistência poder se espalhar através de plantações de alimentos com água infectada. E por a Escherichia coli ser encontrada no trato digestivo humano, ela acha seu caminho para o esgoto facilmente, através da descarga dos banheiros.
O estudo feito pelo microbiologista da Universite de Franche-Comte em Besancon, na França, Xavier Bertrand junto com sua equipe, foi feito com análise de amostras coletadas de 11 regiões do sistema de esgoto de Besancon, sendo duas delas contendo esgoto de hospitais. O resto das amostras vieram do esgoto da cidade, e uma fração de água da chuva.
Os pesquisadores encontraram nas amostras a bactéria E.coli, sendo 96% variações resistentes a antibióticos. Após a água do esgoto passar por tratamento e ser devolvida ao meio ambiente, o número de bactérias E. coli resistentes caiu 94%, mas a proporção de bactérias dobrou durante o tratamento. Inicialmente 0,3% carregavam gene para resistência, ao fim do tratamento 0,6% carregavam o gene.
A água tratada não pode conter nada da E. coli para ser qualificada como potável, e portanto poder ser ingerida. “A preocupação imediata é o risco da bactéria que carrega esses genes [resistentes] estarem em águas recreacionais, como lagos e rios [e não na água potável]”, disse John Scott Meschle, microbiologista da Universidade de Washington, em Seattle nos EUA.
Infecções causadas por bactérias resistentes são muito mais difíceis e complicadas de serem tratadas do que infecções de bactérias não resistentes.
Fonte: DM
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