Levantamento feito por vereadores aponta que esgoto urbano estaria sendo despejado em ribeirões da cidade.
Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada pela Câmara Municipal de Nova Serrana avalia o contrato da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) com a Prefeitura.
Segundo levantamento feito pelos vereadores, o esgoto urbano do município estaria sendo despejado em ribeirões da cidade. Procurada pelo MGTV, a Prefeitura de Nova Serrana informou que não foi convocada pela CPI e que vai aguardar o pronunciamento da comissão.
Já a Copasa informou que executou obras de ampliação do esgotamento e que atende a, aproximadamente, 75% da população. Ainda segundo a Copasa, a companhia está executando a interligação das redes dos bairros restantes com previsão de conclusão em dezembro de 2018. A companhia ainda não foi ouvida na CPI.
Denúncias
Conforme a Câmara, uma das denúncias em apuração envolve o Ribeirão Fartura, que passa pelo Centro da cidade. No local, o mau cheiro é forte e, pela coloração da água, é possível ver que há indícios de poluição. Segundo a CPI, um cano despeja o esgoto no ribeirão, que deságua no Rio Pará.
“O que podemos ver é o esgoto lançado ‘in natura’ no córrego. A estação de tratamento de esgoto não está atuando em sua totalidade. Ela nasceu para tratar 120 litros por segundo, enquanto a cidade recebe 192 litros por segundo”, afirmou o presidente da CPI, Adair Lopes (Avante).
Os membros da CPI também foram até uma área próxima à pista de corrida da cidade, onde o esgoto corre a céu aberto. Segundo o superintendente da Copasa, João Martins, a companhia não foi notificada sobre o caso.
Contrato da companhia
“Nós não recebemos nenhuma notificação nesse sentido. Ainda não tive contato com a nossa gerência regional em Bom Despacho para saber se recebemos alguma ocorrência nesse sentido, mas, até este momento, não fomos notificados”, afirmou.
Segundo o presidente, a CPI investigará o cumprimento do contrato da companhia com o município e deve ser concluída até agosto.
“O que nós estamos vendo, dentre tantas outras questões que identificamos, é que o esgoto lançado no córrego não é cumprimento de contrato. Ela [Copasa] deveria ter retirado totalmente esse esgoto dos córregos de Nova Serrana”, observou Adair Lopes.