saneamento basico

No RN, 47% do Esgoto Não é Tratado

O estudo “Atlas Esgotos: Despoluição de Bacias Hidrográficas”, elaborado pela Agência Nacional de Águas (ANA) em parceria com a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, e publicado dia 25 de setembro, traz um panorama atualizado dos índices de esgotamento sanitário em todo o Brasil.

De acordo com os resultados apresentados o Rio Grande do Norte gera cerca de 80,17 mil metros cúbicos de esgoto por mês, dos quais 37,79 mil m³ de esgoto são descartados por mês no ambiente sem qualquer tratamento – o equivalente a 47,13% do total.

Cada metro cúbico equivale a mil litros. São 37 milhões de litros de esgoto lançados in natura no meio ambiente, por mês, no RN.

Em 2015, ano dos dados utilizados na elaboração do “Atlas Esgoto”, a Caern tratou 24,48 mil m³ de esgoto no mês de dezembro; enquanto em 2016 a Companhia de Águas e Esgotos do RN fechou o ano tratando 25,68 mil m³ de esgoto em média por mês.

No RN, 31% da população urbana é atendida pela rede coletora e a Companhia de Águas e Esgotos do RN garante que “não tem coleta sem tratamento”. A assessoria de imprensa do órgão garantiu que atualmente “todo o esgoto coletado é tratado”.

Até dezembro de 2018 o Governo Estadual pretende deixar Natal inteiramente saneada, para tanto está investindo R$ 504 milhões na ampliação da rede coletora e na construção (em curso) de duas novas Estações de Tratamento de Esgoto: a ETE Jaguaribe, que irá receber os esgotos da zona Norte; e a ETE Guarapes, que será responsável pelo tratamento dos esgotos coletados nas zonas Sul e Oeste.

“Essas duas novas Estações vão cobrir as áreas não atendidas pelas ETEs do Baldo e da Rota do Sol. O porte das ETEs Jaguaribe e Guarapes será superior a do Baldo, mas a tecnologia de tratamento será a mesma: nível terciário, considerado o mais completo”, assegurou a Caern.

Outro índice importante a ser destacado dentro do contexto sanitário potiguar é o uso de fossas sépticas, sistema identificado pela Agência Nacional de Água (ANA) como “Solução Individual” que dá conta de 17,73 mil metros cúbicos de esgotos por mês (22,12% da carga total gerada no RN).

As fossas sépticas são consideradas adequadas pelo Plano Nacional de Saneamento Básico.

O “Atlas Esgotos: Despoluição de Bacias Hidrográficas”, que apurou dados em todos os 5.570 municípios do País, aponta que serão necessários R$ 150 bilhões em investimentos no setor para universalizar os serviços de esgotamento sanitários até 2035 no Brasil.

No caso do Nordeste, o montante de investimentos necessários para atingir a meta proposta pelo Plano Nacional de Saneamento Básico chega a R$ 49,7 bilhões; dentro desse valor, a conta do RN é de 2,65 bilhões em investimentos para ampliação da rede coletora e outros R$ 1,09 bilhão para implantar sistemas de tratamento.

Para a ANA e o Ministério das Cidades, “os maiores desafios sanitários estão concentrados” nas áreas urbanas da porção Leste do Brasil e na região do semiárido.

A solução hídrica apresentada pelo Atlas para o semiárido nordestino passa por “processos com elevada remoção de microorganismos patogênicos e/ou reuso de efluentes”. Em vários pontos da capital, como no Rio das Quintas’ se vê facilmente o lançamento de esgotos ‘in natura’.

Essas são ligações são clandestinas, que não passam pelo sistema da Caern. A reportagem constatou ainda um outro ponto de lançamento de esgoto próximo ao Hospital Giselda Tirgueiro.

O volume de esgoto gerado por mês no Rio Grande do Norte, medido em metros cúbicos, foi calculado a partir do índice de DBO por dia (Demanda Bioquímica de Oxigênio).

A medida DBO é uma unidade internacional expressa em miligramas por litro (mg/l), e corresponde à quantidade de oxigênio necessária para estabilizar a matéria orgânica associada ao esgoto doméstico ou agroindustrial.

De acordo com informações do Atlas Esgoto, o RN gera uma demanda de 141,5 toneladas de DBO por dia e trata 30,53% desse volume – ou 43,2 toneladas de DBO/dia. As Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) da Caern, recebem efluentes para tratamento com carga máxima de DBO com até 300 mg/l.

A ETE do Baldo por exemplo, a maior em operação no RN, trata 450 litros de esgoto por segundo na concentração máxima – no caso para efluentes com concentrações maiores, a Caern exige um tratamento preliminar.

Números

70% dos 5.570 municípios do País tratam, no máximo, 30% do esgoto produzido pelos seus habitantes.

31% dos 100 municípios mais populosos do Brasil tratam mais de 60% do esgoto coletado, segundo dados do Atlas da ANA.

3,74 bilhões de reais é o custo para ampliar a rede coletora (R$ 2,65 bilhões) e implantar sistemas de tratamento (R$ 1,09 bilhão).

2.969 municípios do País que necessitam de tratamento de esgoto demandam 28% do investimento total estimado.

9,1 mil toneladas de DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) são geradas por dia no Brasil, sendo 141,5 toneladas/dia no RN.

61,4% dos esgotos das áreas urbanas, em média, são coletados no Brasil; essa média é de 43% no Nordeste e 31% no RN.

42,6% dos esgotos coletados são tratados no País; essa média é de 32% para o Nordeste e 25% no Rio Grande do Norte.

Fonte: Tribuna do Norte

Baixe aqui o “Atlas Esgotos: Despoluição de Bacias Hidrográficas”:

atlas-esgoto
Siga o Portal Saneamento Básico no LinkedIn

Últimas Notícias: