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Lagoa da Pampulha deve ficar totalmente livre de esgoto em 2017

A bacia hidrográfica da Pampulha já está livre de 90% do esgoto que chega à lagoa, em Belo Horizonte. Até julho do próximo ano, o índice estará em 95%. O processo de limpeza da água da lagoa, por meio da aplicação de produtos, também resultou na redução drástica de matéria orgânica e de fósforo. E no próximo dia 15 de julho, o conjunto moderno da Pampulha pode se tornar patrimônio mundial.

O panorama apresentado acima foi tema de reunião realizada nessa quinta-feira (23) e acompanhada pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O encontro ocorreu na sede do Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha, que reúne os municípios de Belo Horizonte e Contagem, na região metropolitana, além de associações civis e empresas públicas e privadas, entre outros. O consórcio atua em toda a bacia, em atividades contínuas, dentre as quais controle de erosões e de bota-fora clandestinos, monitoramento de nascentes e educação ambiental.

A visita ao local foi solicitada pela deputada Marília Campos (PT), que foi prefeita de Contagem por dois mandatos e participou das atividades iniciais do consórcio, criado em 2000. Também compareceu o deputado João leite (PSDB). O presidente do consórcio, Carlos Augusto Moreira, salientou a bacia tem 10 mil hectares e que tudo de bom e de ruim dessa área deságua na Lagoa da Pampulha, como milhares de metros cúbicos de sedimentos. “Um lago urbano é uma responsabilidade e um problema eternos”, afirmou.

De acordo com a Copasa, duas licitações homologadas nessa semana vão garantir, no prazo de um ano, a interceptação de 2.300 ligações de esgoto que chegam à lagoa. “Com isso, vamos atingir o percentual de 95% de coleta”, detalhou o diretor de Operação Metropolitana da companhia, Rômulo Perilli.

Tratamento alternativo melhora a qualidade da água

As ações de revitalização em andamento na lagoa foram apresentadas pelo gerente de Planejamento e Monitoramento Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente da PBH, Weber Coutinho.

Em destaque, está o tratamento com bactérias que decompõem matéria orgânica do esgoto e com uma argila que absorve o fósforo. A primeira aplicação dos produtos, segundo Weber, resultou em quedas de 91,3% do fósforo, que deixa a água verde e com mau cheiro, 75% da clorofila e 49% do esgoto. Esse tratamento, segundo ele, terá que ser mantido, em função da poluição difusa da lagoa.

Há, ainda, segundo Weber Coutinho, um edital em elaboração para desassoreamento de manutenção, com meta de retirar 115 mil metros cúbicos de sedimentos/ano da lagoa até 2020. O secretário-executivo do consórcio, Paulo Maciel, salientou ser necessário também alterar as legislações, inclusive de incentivos fiscais, para reduzir a área de impermeabilização da bacia, garantindo a recarga hídrica.

Já José Geraldo de Oliveira Prado, da Administração Regional Pampulha, lembrou que uma provável inclusão do conjunto moderno da orla da lagoa na lista de Patrimônio Cultural da Humanidade da Unesco aumentará a visibilidade do local, mas também a pressão por sua conservação.

Da ALMG

Fonte: Bhaz.com.br

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