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Ministra do Meio Ambiente defende pacto pela despoluição da Baía de Guanabara

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse nesta segunda-feira (1/06) que governo e prefeituras do Rio de Janeiro deveriam fazer um plano, de longo prazo, com responsabilidades específicas, para despoluir a Baía de Guanabara, que receberá mais de 300 atletas para provas das Olimpíadas de 2016, que ocorrerá na capital do estado.

Embora a Baía de Guanabara seja um dos principais cartões-postais da cidade, a qualidade da água é questionada por especialistas, que sugerem um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para pactuar esforços e limpar de uma vez o local.

“Se alguém acha que vai limpar [a Baía de Guanabara] de quatro em quatro anos, sinto muito, mas chama Pedro Álvares Cabral, volta no tempo [porque não vai]”, disse a ministra, em evento no Tribunal de Justiça do Rio. Para ela, é preciso haver um compromisso.

“Ou se pactua o que os governos efetivamente têm que fazer, qual será a participação dos municípios, se tem [definida a] capacidade financeira para rede coletora [de esgoto], ou então, não tem condições”, disse a ministra.

A solução, na opinião de Izabella Teixeira, levará de 20 a 30 anos, com a participação da sociedade, que deve pressionar as prefeituras por saídas permanentes para o tratamento de esgoto e do lixo. “Mais da metade de esgoto de mais de 9 milhões pessoas cai in natura na Baía de Guanabara, o que é inaceitável”, lembrou o deputado estadual Carlos Minc, ex-secretário estadual do Ambiente e ex-ministro da pasta. Ele informou que, nos últimos sete anos, o tratamento de esgoto na região metropolitana subiu de 15% para 45%, o que significa que “mais da metade não é tratado”.

Segundo Minc, o saneamento é muito caro para os municípios, que precisam atuar em conjunto. A ausência de políticas de resíduos sólidos e mais consciência da população são igualmente importantes, de acordo com ele. “A pessoa, na Baixada Fluminense, não sabe que o lixo que joga no chão vem parar na baía.”

O secretário cobrou, como solução do problema, financiamento das obras pela Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae), que detém a concessão de água e esgoto. Procurada, a empresa não esclareceu se tem um plano de investimento em saneamento na região metropolitana.

Desde a década de 1990 a baía recebe programas de despoluição descontínuos, que sofrem com a falta de investimentos. O gerente de Operações da Marina da Glória, na baía, Ricardo Ermel, relata que a presença de manchas de óleo na água diminuiu nos últimos anos, mas que a quantidade de lixo flutuante aumentou, prova de que dejetos continuam sendo despejados no local.

A ministra Izabella Teixeira participou hoje no Rio, da assinatura de acordo para programa de gestão ambiental, entre a pasta e o Tribunal de Justiça. O convênio prevê, por exemplo, o Plano de Gerenciamento de Resíduos, de eficiência energética e padronização de editais de licitação com a adoção de critérios de sustentabilidade e o teste verde nas edificações.

No evento, ela também falou sobre a responsabilidade dos cidadãos comuns com o meio ambiente, que devem repensar em reduzir o lixo, além do consumo de energia elétrica e de água. “Antes a mãe dizia: eu não sou sócia da Light. Agora [tem que dizer] ‘não quer fechar a torneira, não, minha filha? Tá pensando que sou sócia da Cedae?’”, brincou.

No momento em que o país também discute a falta de água, ela lembrou que o governo federal está investimento no principal sistema de abastecimento de água no Rio, o Guandu, e informou que analisa o financiamento da obra para reduzir o volume de água desperdiçada.

 

Fonte: Época Negócios

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