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ONU diz que vírus pode ser combatido com saneamento básico

“Enquanto o mundo procura soluções de alta tecnologia para combater o Zika vírus, não devemos esquecer o péssimo estado do acesso à água e ao esgoto sanitário para as populações desfavorecidas”, disse o relator especial das Nações Unidas para o Direito Humano à Água e ao Saneamento, Léo Heller, em nota divulgada pela organização.

Saneamento básico é tudo, é essencial, é imprescindível.

Se tantas casas em Altamira-PA ainda não têm saneamento básico, depois das promessas de que dias melhores viriam com a construção da Usina de Belo Monte, promessas feitas seja pelo governo federal seja pela empresa responsável pela obra, depois de tanto zunzunzum de que as obras gerariam e geraram na região, imagina o descaso que é o assunto saneamento básico no país. Em Altamira, e no resto do Brasil, o governo parece nem estar aí para o problema do saneamento básico.

Mas daí tem o Zika vírus e outras doenças causadas pelo mesmo vetor difícil de enfrentar. Como já dissemos, combater o aedes tem a ver com dar prioridade à questão ambiental. Quais medidas seriam urgentes a se tomar para tentar frear o surto? Melhorar os serviços de água e saneamento, dizem os especialistas em direitos humanos da ONU.

“Nós podemos projetar mosquitos estéreis ou usarmos sofisticadas ferramentas de Internet para mapear os dados globalmente, mas não devemos esquecer que, hoje, 100 milhões de pessoas na América Latina ainda não têm acesso a sistemas de saneamento de higiene e 70 milhões de pessoas não têm água encanada em seus locais de residência” diz Léo Heller.

Destacando uma forte ligação entre sistemas fracos de saneamento e o atual surto do vírus Zika transmitido por mosquitos, bem como outras doenças: dengue, as febres amarela e chikungunya, o especialista ressaltou que “a forma mais eficaz de resolver este problema é melhorar os serviços arruinados”. Ele observou que a América Latina reconheceu a meta do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas (ODM) para a água em 2010, mas os avanços ainda não estão sendo alcançados.

Em relação ao saneamento, a meta do ODM está longe de ser atingida: 3 milhões de pessoas ainda fazem suas necessidades a céu aberto.

“Os governos da região devem acelerar a melhoria das condições de água e saneamento, em especial para as populações mais vulneráveis, a fim de salvar vidas em face deste desdobramento de crise global de saúde”, insiste.

O problema, segundo Leilani Farha, Relatora Especial sobre moradia adequada, tem a ver com o armazenamento d’água onde as condições de vida e de habitação são inadequadas. Tais condições acabam por atrair ainda mais mosquitos. O esgoto que escorre a céu aberto, sem um sistema onde a água possa fluir em segurança para os habitantes e formando poças, é um habitat perfeito para a reprodução dos mosquitos.

A nota ainda esclarece que relatórios sobre a situação de um país ou de um tema específico sobre direitos humanos são feitos por especialistas que não são funcionários da ONU e nem são pagos pelo trabalho.

Fonte: Green Me
Foto: Divulgação

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