saneamento basico

Ranking indica as carências no tratamento dos esgotos no Espírito Santo

Instituto Trata Brasil avalia a situação do saneamento básico nas 100 maiores cidades do País.

A situação dos serviços de água tratada, coleta e tratamento dos esgotos das maiores cidades capixabas foi analisada no novo relatório do Trata Brasil. O Ranking do Saneamento Básico neste ano está baseado nos números do SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico – do Ministério das Cidades – ano base 2014.

A capital, Vitória, e o município de Serra aparecem respectivamente no 48º e 63º lugar, ocupando as melhores posições do estado no Ranking. Já Vila Velha e Cariacica estão em posições inferiores, respectivamente em 72º e 79º lugar.
Vitória aparece com 95,06% da população atendida com água tratada e 63,85% com coleta de esgoto. Serra apresenta 89,62% da população com acesso a água tratada e 44,08% com coleta de esgoto. Entretanto, o que faz as duas cidades não ocuparem posições melhores no Ranking é o índice de tratamento dos esgotos, uma vez que em Vitória 54,51% dos esgotos gerados são tratados e na Serra, 17,61%, bem abaixo dos 20 melhores municípios do Brasil, que já tratam mais de 70%.

Ao observar Vila Velha e Cariacica a situação é outra. A primeira tem 94% da população com acesso a água tratada, 36,79% possui coleta de esgoto e esse também é o índice de tratamento. Em Cariacica, 86,78% da população tem água tratada, 28,17% coleta de esgoto e apenas 17,04% dos esgotos gerados são tratados.
O baixo nível de tratamento dos esgotos nos quatro maiores municípios capixabas mostra que essas cidades fazem parte do maior desafio do saneamento básico no País, ou seja, ampliar o tratamento dos esgotos.
O impacto social do baixo tratamento dos esgotos está principalmente nas doenças transmitidas pela água poluída, em especial as crianças pequenas. São as diarreias, hepatite A, verminoses, esquistossomose, leptospirose e dermatites. Aliada a essas doenças mais “antigas”, agora os especialistas alertam para novos focos do mosquito Aedes aegypti nestas águas sujas. Já o impacto ambiental, que está ligado, é a grande poluição de nossos rios, reservatórios e praias.

Sobre o estudo:
O “Ranking do Saneamento nas 100 Maiores Cidades” mostra a lentidão dos avanços nas maiores cidades brasileiras. Em 2014, os 100 maiores municípios investiram quase R$ 6 bilhões dos R$ 12 bi gastos no país e as 20 melhores cidades investiram o dobro das 20 piores.

Histórico:
Desde 2009, o Instituto Trata Brasil divulga seu tradicional “Ranking do Saneamento Básico nas 100 Maiores Cidades”, sempre com base nos dados oficiais do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico (SNIS). Os números são informados pelas próprias empresas operadoras de água e esgotos dos municípios brasileiros ao Governo Federal, portanto, são números oficiais das próprias cidades.

Nova metodologia do Ranking a partir de 2016
Em média, a cada 4 anos o Trata Brasil faz uma revisão dos critérios e indicadores usados no Ranking, especialmente após ouvir autoridades e entidades ligadas ao meio ambiente e ao setor de saneamento. O objetivo é aperfeiçoar o Ranking com indicadores que espelhem melhor os avanços dos sistemas de água e esgotos nas grandes cidades do país. O estudo é feito em conjunto com nosso parceiro técnico, a GO Associados, o Dr. Gesner Oliveira, Dr. Pedro Scazufca e equipes.

Nesta nova metodologia foram consultadas instituições relevantes para o setor, dentre elas a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades (SNSA/MCID); Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES); Associação das Empresas de Saneamento Básico Estaduais (AESBE); Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (Assemae); Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (ABCON); Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (SINDCON); as empresas de saneamento básico Sabesp, Copasa, Sanepar, Corsan, Sanasa (Campinas), DMAE (Uberlândia), as concessionárias AEGEA e Odebrecht Ambiental, além de especialistas independentes.

Dentre as principais alterações na metodologia, ressaltamos a inclusão dos indicadores urbanos para o atendimento de água e coleta e do indicador de perdas de água na distribuição. Os indicadores de investimentos e arrecadação agora consideram a soma dos últimos 5 anos, ao invés apenas do ano em análise (2014), para ter uma ideia melhor do esforço das cidades com o saneamento ao longo do tempo.

Fonte: Trata Brasil
Foto: Divulgação

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