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Rejeitos de alumínio depositados por 30 anos na Represa de Juturnaíba/RJ devem ser isolados, diz pesquisador

Preocupação é que os rejeitos de alumínio com o dobro da concentração natural, se espalhe pelo manancial de água que é usado para captação e abastecimento das cidades da Região dos Lagos do Rio.

Especialistas pedem o isolamento dos rejeitos de alumínio da Estação de Tratamento de Água (ETA) depositados durante 30 anos na represa de Juturnaíba. A preocupação é que o material, que está na beira da barragem com o dobro da concentração natural, se espalhe pelo manancial de água que é usado para captação e abastecimento dos moradores das cidades da Região dos Lagos do Rio.

Neste mês, representantes do Ministério Público Federal (MPF), empresas, integrantes do movimento Baia Viva e pesquisadores fizeram uma vistoria no local e constataram a lama de alumínio.

Estudos desenvolvidos por pesquisadores da área ambiental mostram que o material é normalmente utilizado pelas ETAs para fazer a limpeza, mas os rejeitos foram despejados na beira da represa até 2009. Desde então, eles são retirados e levados para aterros sanitários.

Concentração de alumínio

“A concentração de alumínio na beira da lagoa é o dobro do que é considerado natural. Por este motivo, pedimos que seja construída uma barreira para evitar que o material entre em contato com a água da represa. Mexer nessa pilha de rejeito pode causar um problema de contaminação que pode ser sério”, afirmou o especialista Julio César de Faria Alvim Wasserman, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF).

De acordo com Julio, existem estudos que relacionam o consumo de alumínio ao desenvolvimento ou aceleração de doenças, como o Mal de Alzheimer.

Reunião no MPF

Para discutir o assunto foi marcada uma reunião para o dia 12 de março, na Procuradoria da República, em São Pedro da Aldeia.

De acordo com o procurador Leandro Mitidieri, durante o encontro, empresas como a concessionária responsável pelo saneamento e abastecimento de água, Prolagos, e a Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro (Agenersa) vão apresentar estudos e soluções para o problema, além de explicar porque as medidas necessárias para isolar o alumínio ainda não foram executadas.

“Precisamos evitar que mais lama com o material seja depositada no local. Também queremos saber os impactos sobre a pesca e se houve prejuízo para os pescadores”, disse o procurador.

G1 aguarda resposta da Agenersa e da Prolagos sobre o assunto.

Tese de doutorado

A alta concentração de alumínio na represa de Juturnaíba foi abordada em uma tese de doutorado do curso de Geociências da UFF. O estudo foi feito pela doutora Aline Mansur e teve orientação do professor Julio Wasserman.

Na pesquisa, a especialista concluiu que os resíduos não se espalharam ao longo do reservatório, e que a área de impacto direto desse material nos sedimentos ficou restrita à região localizada próxima ao descarte.

Julio acrescentou que o alumínio se encontra em uma forma quimicamente móvel e que pode ser deslocado para a coluna de água. Por este motivo, ele afirma que a estabilização do material é a opção mais segura.

Segundo a tese, a presença desses resíduos de ETAs, em contato direto com a água do reservatório, pode constituir um risco ao ecossistema e comprometer à sustentabilidade da captação de água do manancial.

Além disso, a pesquisa afirma que a toxicidade do alumínio foi registrada em plantas que crescem em solos ácidos altamente intemperizados e em organismos aquáticos que habitam ambientes ácidos.

Fonte: G1

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