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Rio Tâmisa, em Londres, levou 150 anos para ser despoluído

 Já com ares de outono, a primavera de 1878 assinalou um dos grandes desastres da história da navegação britânica.

Em 3 de setembro, na região leste da Grande Londres, o vapor Princess Alice colidiu com o navio Bywell Castle.

Muitos passageiros, bons nadadores que eram, teriam como se salvar.

Porém, morreram intoxicados pelas águas do Rio Tâmisa ao tentar alcançar as margens do rio.

À época do naufrágio que fez 640 vítimas, o governo londrino iniciava um processo de despoluição que duraria pelo menos 150 anos.

Com 346 quilômetros de extensão, o Tâmisa nasce na região de Cotswolds, cadeia de colinas no centro da Inglaterra considerada “área de destacada beleza natural”.

No trajeto, o rio adentra Oxford, Wallingford, Reading, Henley-on-Thames, Marlow, Maidenhead, Eton, Windsor e Londres para desaguar no mar do Norte.

Desde a invasão romana, em 55 a.C., o Tâmisa é rota mercantil. E não apenas isso.

Centro da vida londrina, move uma indústria turística e de lazer das mais rentáveis da Europa e, em seu estuário, uma usina eólica com 175 turbinas e potência de 630 MW está sendo implantada.

Às margens do Tâmisa localizam-se algumas das edificações mais importantes de Londres, a começar pelo Hampton Court, palácio construído em 1540 pelo rei Henrique VIII.

A galeria Tate Modern também se avizinha do rio e não por acaso está na região em que o invasor exército romano escolheu para se instalar.

O movimento intenso de barcos motivou, em 1894, a construção da Tower Bridge, a única ponte sobre o rio que pode ser içada para a passagem das embarcações.

Ao caminhar pelas margens e mesmo ao navegá-lo torna-se difícil ao viajante imaginar que, em 1858, as sessões do Parlamento britânico eram suspensas, tamanho o mau cheiro que emanava do rio.

A decisão por construir um sistema de captação de esgoto que aliviasse o despejo no Tâmisa teve, sim, motivação política, porém as epidemias de cólera que dizimavam populações contribuíram para o processo de saneamento.

Com problemas de enchente minimizados e um sistema de tratamento de esgoto e efluentes aperfeiçoado, o rio que foi declarado “morto” em 1957 é hoje habitat de 125 espécies de peixes.

O preço da limpeza é a eterna vigilância, realizada por oito estações de monitoramento na Grande Londres.

Rio Tâmisa

Fonte: G1.

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