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Saneamento no RJ: em busca de solução desde o século XIX

  • Meio Ambiente
  • abril 12, 2017

O Rio foi a terceira cidade do mundo a implementar uma rede de esgoto, atrás apenas de Londres, na Inglaterra, e Hamburgo, na Alemanha.

Os investimentos no saneamento, no entanto, não acompanharam seu crescimento urbano nem seu pioneirismo. Se em 1907, após dizimar 59.065 pessoas, a febre amarela foi erradicada pela primeira vez na capital, hoje, 110 anos depois, a doença volta a atormentar os cariocas, provocando uma verdadeira corrida aos postos de saúde.

Embora nenhum caso tenha sido registrado no município até o momento, ainda há com o quê se preocupar: quatro em cada dez cariocas vivem em área sem tratamento de esgoto, valas a céu aberto rasgam a cidade e moradores convivem com abastecimento de água precário e intermitente.

Antes lançado diretamente no mar pelos “tigres” — escravos que tinham a pele listrada pelos detritos que carregavam em barris nas costas —, o esgoto da cidade passou a ser coletado e a receber um estágio inicial de tratamento em 1864, quando foi inaugurada uma estação na Rua do Russel, na Glória. O sistema, administrado pela empresa inglesa The Rio de Janeiro City Improvements Limited, recebia tanto os despejos sanitários quanto as águas pluviais.

Sistema Separador Absoluto

— Hoje, nosso sistema é separado, são duas tubulações distintas. Naquela época, não se tratava esgoto biologicamente como se trata hoje, tratava-se por precipitação físico-química. Não era a mesma eficiência que se consegue hoje em dia — explica o professor Isaac Volschan, do Departamento de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da Escola Politécnica da UFRJ.

No final de 1887, cerca de 30 mil dos 48.576 imóveis na cidade tinham coleta de esgoto (62% do total). Hoje, de acordo com dados retirados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), 83% das casas têm coleta. Para Volschan, no entanto, o avanço da rede poderia ter sido ainda maior se houvesse vontade política.

— A cidade cresceu sem infraestrutura adequada. A dificuldade de implantação é a mesma. O desafio é que é muito maior, já que o déficit é maior. Continua o mesmo grau de dificuldade que sempre teve. Quando se prioriza BRTs, o Maracanã, o Túnel Marcello Alencar, a derrubada da Perimetral, em detrimento do saneamento, é uma opção política, seja da sociedade ou do administrador público — ressalta.

NO RIO, 23% ESTÃO EM FAVELAS

Se antes os cortiços aglomeravam famílias em habitações populares com condições insalubres, hoje são as favelas, onde moram 23% dos cariocas, segundo dados do Censo de 2010, do IBGE, as que mais sofrem de problemas sanitários e estão mais suscetíveis a doenças.

— É um milagre que a gente não tenha nenhum caso de febre amarela urbana na cidade do Rio porque todas as condições propícias para o desenvolvimento do mosquito estão dadas há décadas. Há um amontoado de pessoas, sobretudo nas regiões mais carentes, falta um sistema de água encanada que atinja toda a população, o que leva as pessoas a estocar água, favorecendo criadouros para os mosquitos e falta saneamento básico para todas as regiões — afirma o historiador Rodrigo César Magalhães, professor do Colégio Pedro II.

A primeira grande epidemia de febre amarela no Rio ocorreu em dezembro de 1849, com a chegada da barca americana Navarre, vinda da Bahia, onde havia surto. Os marinheiros começaram a morrer, mas somente dois meses depois a Academia Imperial de Medicina admitiu, oficialmente, a existência de uma epidemia. A doença só foi erradicada na cidade em 1907, após as campanhas do médico sanitarista Oswaldo Cruz, em meio a críticas e protestos dos cariocas.

No entanto, em 1928, a doença retornou com força total em uma nova epidemia na capital e em outros 43 locais do estado, sendo controlada no ano seguinte, deixando um rastro de 436 mortes.

Desde então, o combate à febre amarela impulsionou a pesquisa científica e o desenvolvimento de vacinas no Brasil. Para Magalhães, os novos casos da doença no estado foram causados pelo relaxamento de medidas de combate à doença, principalmente a vacinação em áreas rurais:

— Uma coisa é o mosquito, depois de ter sido erradicado em 1958, ter retornado ao Brasil ainda em 1967, vindo de outros países que não fizeram seu trabalho. O Brasil consegue erradicá-lo no começo dos anos 70, mas ele volta um ano depois e está aí desde então. Com relação à febre amarela, houve um relaxamento das políticas, sobretudo de vacinação.

DA REVOLTA À CORRIDA PARA VACINAÇÃO

Se hoje a população corre aos postos de saúde para se vacinar contra a febre amarela, no século passado, a obrigatoriedade da imunização contra a varíola, aliada ao desconhecimento sobre a doença, provocou uma das maiores reações urbanas já ocorridas no país: a Revolta da Vacina.

De 10 a 18 de novembro de 1904, o Centro do Rio transformou-se numa verdadeira praça de guerra. Insatisfeitos com a vacinação obrigatória e com o autoritarismo do governo, a população ergueu barricadas, incendiou bondes, depredou lojas e enfrentou as forças da polícia e do Exército. No total, 30 pessoas morreram, 110 ficaram feridas e 945 foram presas, sendo mais de 400 enviadas para fora do Rio, então capital do país.

À frente das campanhas para erradicar possíveis larvas e focos do mosquito transmissor, o Aedes aegypti, estava Oswaldo Cruz, que havia sido nomeado, em 1903, diretor do Serviço de Saúde da capital da República. O médico sanitarista montou as brigadas de agentes, apelidados de mata-mosquitos, que vistoriavam jardins, porões, ralos, telhados, ralos e caixas d’água. Faziam a higienização das áreas, como limpeza de bueiros e o derramamento de água parada em tonéis. Essa medida de vigilância ostensiva desagradou muito à população, que afirmava que o governo estava “violando a intimidade do lar”. Contando com poder de polícia, os mata-mosquitos podiam entrar nas casas sem autorização dos moradores e, quando consideravam uma moradia em péssimas condições de higiene, demoliam a construção, o que enfureceu ainda mais a população.

No dia 31 de outubro de 1904, o Congresso aprovou a vacinação contra a varíola, feita com êxito na Europa. O texto vazou para a imprensa e logo começou a confusão. No dia 10 de novembro, o povo tomou as ruas da cidade. Seis dias depois, a lei foi revogada, mas os tumultos continuaram até 18 de novembro. Chamado de Czar dos Mosquitos, Oswaldo Cruz foi duramente criticado na época.

Para debelar os protestos, o governo não só suspendeu momentaneamente a vacinação como decretou estado de sítio e prendeu os principais líderes do movimento, deportando-os para o Acre. Controlada a revolta, a vacinação obrigatória foi retomada e, em pouco tempo, a varíola foi erradicada.

Já a febre amarela, erradicada em 1907, voltou a passar por uma nova epidemia em 1928. Todo o sistema implantado pelo sanitarista Oswaldo Cruz vinha perdendo verbas do governo e, sem grande atuação para manter o combate ao mosquito, o inseto voltou à cidade, trazendo pânico aos cariocas. O médico Clementino Fraga, diretor do Departamento Nacional de Saúde Pública, e seu assistente, Barros Barreto, tiveram grande atuação no combate à febre amarela nesse período ao reorganizarem as medidas adotadas no início do século. Além disso, houve a instalação de uma estação experimental para estudos da doença e foram desenvolvidos pesticidas. O historiador Jaime Larry Benchimol, pesquisador da Casa Oswaldo Cruz, ressalta que, desde então, o país vem acumulando tradição na saúde pública.

— Temos uma estrutura criada não de assistência médica, mas de campanhas de vacinação com muita eficiência — afirmou.

Fonte: O Globo

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