saneamento basico

Site dos EUA publica vídeo de líquido marrom vazando na Marina da Glória

O terceiro dia do evento-teste de vela na Baía de Guanabara chegou ao fim nesta segunda-feira com elogios dos velejadores à organização e um susto que chamou a atenção do Comitê Organizador e da Federação Internacional de Vela (Isaf). Um vídeo divulgado no domingo numa rede social do site “Scuttbutt Sailing News”, dos Estados Unidos, mostrou um líquido na cor marrom escorrendo e desaguando dentro da Marina da Glória, bem próximo da área onde vários barcos chegam das regatas e ficam ancorados depois das provas na Baía de Guanabara. O site levantou a hipótese de se tratar de ser esgoto mas, nesta segunda-feira, a Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae) descartou tal possibilidade.

Assista ao vídeo do vazamento do líquido

Imagens feitas por site americano mostram líquido marrom desaguando na Marina da Glória (Foto: Reprodução/Facebook)
Imagens publicadas por site americano mostram líquido marrom desaguando na Marina da Glória (Foto: Reprodução/Facebook)

De acordo com a entidade, não houve vazamento de esgoto. E sim de um lançamento ilegal de algum condomínio ou clube, “que, provavelmente ao realizar atividade de limpeza, descartou volume de água com algum produto de limpeza na galeria de águas pluviais, que durou menos de 15 minutos”. Em nota oficial, a Cedae disse que técnicos visitaram o local imediatamente, mas o curto espaço de tempo em que o líquido foi despejado impossibilitou a descoberta dos responsáveis. O Comitê Organizador garantiu ser da Cedae a responsabilidade, e a Federação Internacional de Vela (Isaf) disse acreditar na palavra da Companhia Estadual de Águas e Esgoto.

– Até dezembro deste ano será finalizada a obra de construção da galeria de cintura da Marina da Glória, nos moldes da tubulação assentada no entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas. A tubulação percorrerá cerca de um quilômetro – da esquina das ruas Teixeira de Freitas com Mestre Valentim até pouco antes da Presidente Antônio Carlos, ao longo da Avenida Beira Mar. A galeria de cintura captará efluentes lançados nas galerias de águas pluviais, inclusive possíveis efluentes lançados por ligações clandestinas, encaminhando-os para a rede de coleta da Cedae, desta forma conterá qualquer despejo irregular como o ocorrido no domingo – finalizou a Cedae em nota.

Cedae garante que líquido não era esgoto e sim resíduos de produtos de limpeza (Foto: Reprodução/Facebook)
Cedae garante que líquido não era esgoto e sim resíduos de produtos de limpeza (Foto: Reprodução/Facebook)

A italiana Giulia Cotin, da classe 49er FX, elogiou a organização, apesar de ter velejado apenas uma regata nesta segunda-feira. E afirmou que nem ela ou qualquer companheiro da delegação do seu país teve problemas com a água. Ela lidera a classe ao lado de Francesca Clapich.

– Até agora não tivemos problema, nenhum lixo, nada. A água está um pouco mais suja, por ser dentro da Baía, mas algo normal. Sem problemas de doenças – explicou Giulia.

BRASILEIRAS TIVERAM PROBLEMAS UMA SEMANA ANTES

Campeãs mundiais da classe 49er FX, as brasileiras Martine Grael e Kahena Kunze terminaram nesta segunda-feira em terceiro lugar na classificação geral do evento-teste. As velejadoras elogiaram a organização das provas, toda a logística montada e inclusive a condição da água nas raias tanto dentro quanto fora da Baía de Guanabara. Mas elas frisam que não acreditam que a água possa ter melhorado tanto de uma semana para cá, já que na semana passada bateram com o barco em algum resíduo sólido durante o treino na Baía de Guanabara e tiveram a bolina  danificada.

Martine Grael e Kahena Kunza em ação na Baía de Guanabara (Foto: Pedro Martinez/Isaf)
Martine Grael e Kahena Kunze em ação na Baía de Guanabara durante o evento teste (José Gonzalez/Isaf)

– Estamos numa semana igual à do ano passado. Na semana do evento-teste, não sei se corrente, lua, maré mudou, mas semana passada estava horrível. Nas últimas quatro semanas, essa até agora é a melhor do ano, então, sei lá, espero ter essa sorte nas Olimpíadas. Se não, não vai ser muito bonito. Batemos em algum objeto sólido na semana passada, durante o treino, que quebrou a bolina. Batemos e não percebemos que tinha quebrado. Só quando acabou o treino é que percebemos – disse Martine.

Kahena concorda com a companheira. Ela lembra que a organização tem dado atenção aos velejadores e que mesmo com a Marina da Glória em obras, a estrutura montada tem sido benéfica ao atletas. Mesmo assim, Kahena não acredita em milagres quanto à qualidade da água.

– Como atleta, estou achando excelente. Pela manhã, a comissão de regatas veio perguntar se estava tudo bem ou se havia algo para melhorar. Como um teste, claro, eles vão cometer erros e estamos aqui para mostrar como devem fazer para o ano que vem. Até agora está elogiável. A infraestrutura da marina ainda está em obra, mas do jeito que está, está ótimo. Quanto à água, estamos tendo muita sorte também. Há uma semana estavam péssimas as condições. Batemos em um saco plástico ou algo do tipo e quebramos nossa bolina do barco. Parece que falaram assim: “O evento-teste está aí, vamos fazer a água bonitinha”. Acho impossível mudar uma água assim. É água boa entrando, espero que continue assim – disse Kahena.

Fonte: http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2015/08/site-publica-video-de-liquido-vazando-na-marina-cedae-diz-nao-ser-esgoto.html

Últimas Notícias:
Gerenciando Montanhas Lodo

Gerenciando Montanhas de Lodo: O que Pequim Pode Aprender com o Brasil

As lutas do Rio com lodo ilustram graficamente os problemas de água, energia e resíduos interligados que enfrentam as cidades em expansão do mundo, que já possuem mais de metade da humanidade. À medida que essas cidades continuam a crescer, elas gerarão um aumento de 55% na demanda global por água até 2050 e enfatizam a capacidade dos sistemas de gerenciamento de águas residuais.

Leia mais »