O Brasil está pagando o preço – cobrado antecipadamente – pela falta de reformas, tanto na área tributária quanto política. As consequências são dificuldades em manter a taxa anual de inflação abaixo da meta de 6,5% ao ano, o fraco desempenho da economia e os gargalos na transmissão de energia elétrica, por exemplo. A análise é feita pelo executivo do Grupo Odebrecht e ex-presidente da FIEB-Federação das Indústrias do Estado da Bahia, José de Freitas Mascarenhas.
Ele destaca o fato de que o País teve dificuldades em ampliar a geração de energia limpa e mais barata, via hidrelétricas, por pressão de organismos ligados à defesa ambiental. “Ironicamente”, lembra o executivo, “o prolongamento do tempo seco está obrigando a que se amplie o uso das termelétricas, a um custo mais alto e com efeitos danosos ao meio ambiente”.
Mascarenhas chama a atenção para “a perda de substância da indústria nacional”, a seu ver causada pela baixa competitividade, problema agravado pelos entraves jurídicos e trabalhistas. “No Brasil, criam-se benefícios sem a preocupação de como pagá-los.”
O executivo culpa o Banco Central, que considera “conivente” com a situação de aceitar mais inflação em troca do desenvolvimento, e adverte que independente de quem vença as eleições presidenciais agora em 2014, será preciso promover um forte ajuste fiscal a partir de 2015. “O sistema tributário brasileiro é uma desordem“, disse.
Na Bahia
Quanto à indústria baiana, Mascarenhas constata que falta criar “um capitalismo local” e defende a qualificação da mão-de-obra, ao lado da busca pela inovação.
A fila de navios na Baía de Todos os Santos, à espera de vaga para atracação no Porto de Aratu, por exemplo, é uma das coisas que incomodam o executivo da Odebrecht, no que diz respeito à economia do Estado. “A espera é um desrespeito a quem produz“, afirma, e completa: “Eu quero um porto chinês“.
Fonte: Tribuna da Bahia
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