Seminário discute saneamento no Pará e define protocolo de intenções para os candidatos de 2018

Os candidatos ao governo do Pará receberão as dez diretrizes que serão definidas ao longo do seminário. Segundo estudo da Abes, Belém é a capital com o quarto pior saneamento básico do Brasil.

Começa nesta segunda-feira (18) e segue até quarta-feira em Belém o seminário “Sustentabilidade e Educação Ambiental”, promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – Seção Pará (Abes-PA), voltado a engenheiros sanitaristas e à população em geral interessada no assunto. Na semana passada, a Abes Nacional divulgou um estudo que classificou Belém como a capital com o quarto pior saneamento básico do Brasil.

Levando em consideração esse dado, a Abes-PA irá desenvolver e apresentar um protocolo de intenções a cada futuro candidato ao governo do Pará nas eleições desse ano com base em dez diretrizes que serão definidas ao longo do seminário.

A programação, que ainda está com as inscrições abertas e cujo credenciamento ocorre a partir das 14 h desta segunda-feira, tem quatro palestras específicas e interativas com especialistas, dois cursos técnicos com duração de um dia inteiro cada e lançamentos de livros. “Queremos dar a nossa contribuição institucional e efetiva a partir de uma expertise que dispomos e que pode ser utilizada por esferas de governo para diminuir os impactos sociambientais negativos e que encontram-se em discussão permanente”, disse o presidente da Abes-PA, Haroldo Bezerra.

Deficiências

Segundo a Abes, na capital paraense, a coleta de esgoto é uma realidade para apenas 12,62% da população. Esgoto tratado é uma exclusividade de 3,34% dos domicílios.

Para um dos palestrantes do seminário, Almir Rodrigues Pereira, professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), doutor em Engenharia Hidráulica e Saneamento e mestre em Recursos Hídricos, o levantamento da Abes Nacional baseia-se em fatores negativos constatados no Plano de Saneamento Básico de Belém.

“Não há nenhuma informação dos componentes resíduos sólidos e drenagem urbana, e precisa atualizar e detalhar também as informações de projetos, obras e programas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário”, diz ele. “As deficiências do Plano Municipal de Saneamento Básico contribuem para os baixos índices de atendimento da população, já que o desconhecimento do que precisa ser feito impede a elaboração de projetos de engenharia, os quais são indispensáveis para a captação de recursos para execução de obras”, enfatizou.

Áreas verdes no estado

Para Maria Ludetana Araújo, coordenadora do Grupo de Estudos em Educação, Cultura e Meio Ambiente (GEAM) da UFPA e que também conduzirá palestra no seminário, educação ambiental e sustentabilidade caminham juntos. “Não são temas separados, apesar de independentes”, observou. “Quando se refere a atitudes, valores, comportamento, habilidades e competências de todos e de cada um, aí a presença do Estado, por meio de suas instituições, é fundamental na abertura de canais que criem oportunidades aos fazeres das multiplicidades de saberes que existem”, destacou.

Uma das palestras que deve chamar maior atenção no evento é “Sustentabilidade das Cidades e Meio Ambiente”, ministrada pelo engenheiro sanitarista e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Nelson Chaves, que fará uma análise da perda contínua de áreas verdes no Estado, sobretudo na região metropolitana de Belém.

Na ocasião, ele debaterá o tema apresentando o documento “Proposta para o Parque de Belém”, no qual sugere o aproveitamento da área ocupada pelo Aeroclube de Belém, que mede 60 hectares, como parque ambiental. “Essa é uma ideia que tive há trinta anos, sobre a qual não há contestação, falta apenas vontade política para que o projeto saia do papel”, considera Nelson Chaves.

No seminário, que também tem a parceria da JPS (Jovens Profissionais de Saneamento) e apoio de várias entidades, serão lançados os livros “Rede Coletora de Esgoto Sanitário – Projeto, Construção e Operação”, escrito pelos professores José Almir Rodrigues Pereira e Jaqueline Soares da Silva, e “Vade Mecum – Saneamento Ambiental”, de autoria do engenheiro sanitarista Francyhelton Nery.

Fonte: G1

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