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Energia limpa pode ser produzida a partir de bactérias, afirma estudo

Uma pesquisa da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) em parceria com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos, está viabilizando a produção de energia elétrica limpa através de bactérias. Em aproximadamente dez anos, a iniciativa pode ser utilizada pela agroindústria e até para o tratamento de lagoas de estabilização.

As pesquisas são realizadas no laboratório de microbiologia da Univasf, na Zona Rural de Petrolina, no Sertão de Pernambuco. As bactérias são tiradas do solo e da água e cultivadas. Elas passam por um processo de purificação e ficam prontas para produzir energia.

O microbiologista e professor de Zootecnia da Univasf, Mateus Matiuzzi, explica que a ideia é que através da multiplicação das bactérias seja obtida energia elétrica limpa. “Queremos a multiplicação dessas bactérias e microrganismos que naturalmente trabalham para produção de vinhos, de etanol e para degradação de resíduos e de dejetos nas lagoas de estabilização, e que com isso a gente consiga produzir energia para fornecimento para a própria indústria, para a cidade, dependendo da escala que na qual esse processo venha a ser utilizado no futuro”.

O estudo faz parte do projeto de doutorado da engenheira de produção, Ariadne Oliveira. “Esse projeto surgiu da necessidade atual que nós temos de novas formas de energia renováveis e também de gerar água limpa, que é o nosso problema mundial. A partir de produtos e dejetos, de esgotos de residências, nós podemos gerar energia e produzir água potável neste processo”, conta.

Depois de cultivadas e esterilizadas, as bactérias são levadas para o laboratório Leimo em Juazeiro, na Bahia. O engenheiro eletrônico, doutor em física e coordenador da pesquisa, Helinando Oliveira, revela que o processo é semelhante ao princípio básico de uma bateria. “Você tem cátodo e ânodo, basicamente energia gerada entre os dois lados. Um dos lados tem o meio contaminado com a bactéria e no outro, água limpa. A ideia é que se estabeleça um forma de se formar energia”, esclarece.

A previsão é de que a primeira fase da pesquisa termine no final de 2015. Os pesquisadores estão otimistas e esperam que a tecnologia possa produzir energia limpa em larga escala nos próximos dez anos. “Acredito que nesse período seja possível otimizar esse processo. E estamos analisando vários parâmetros. Nós poderemos a partir deste período, temos uma geração de energia que possa ser utilizada em larga escala”, afirma Oliveira.

 

 

Fonte: G1

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