A grande maioria das indústrias geram durante a produção de bens e produtos o passivo ambiental da contaminação das águas, a geração dos efluentes industriais.
Para lançar esse efluente em sua destinação, este precisa enquadrar-se em padrões legais que vão depender de diversos fatores definidos pelos órgãos ambientais. Assim, esses efluentes precisar passar por tratamentos de diversos níveis de complexidade. Porém nem toda empresa possui um sistema de tratamento de efluentes em sua planta, seja por uma decisão de não investir em ETE (Estação de Tratamento de Efluentes) própria, por não ter CAPEX disponível, pelo custo operacional ou até mesmo pelo baixo volume de efluente gerado.
Em algumas ocasiões, mesmo indústrias que possuem sua própria ETE passam por algumas situações como manutenções periódicas ou imprevistos que fazem com que a qualidade do efluente tratado exceda os limites da legislação.
Para ambos os cenários, uma saída é a destinação desse efluente para uma planta Off site. Este termo, em inglês, significa “fora do local”, ou seja, o efluente gerado por uma indústria será tratado em uma ETE externa.
Plantas OFF Site
As plantas Off site enfrentam um enorme desafio para conseguir manter a eficiência de seus sistemas, uma vez que recebem efluentes totalmente heterogêneos e precisam equalizar as cargas de alimentação no sistema biológico. Por sua vez, este sistema biológico deve ser o mais robusto possível para garantir a assimilação dos contaminantes.
Em uma dessas plantas, que atua em parceria com a SUPERBAC, tratamos em média 40m³/h de um efluente que, após equalização e tratamento primário físico químico, chega ao sistema biológico com concentrações de DQO de aproximadamente 1800mg/L e 100mg/L de nitrogênio amoniacal. Como a empresa recebe lixiviado de aterros, efluentes com óleos minerais complexos e demais efluentes de difícil degradação, o laboratório interno tem de trabalhar em um ritmo acelerado para conseguir calcular a receita correta de mistura desses efluentes que alimentarão o sistema biológico da forma mais constante possível.
Ainda com todo esse controle, a planta dispõe de um sistema terciário de tratamento com capacidade para 50m³/h, atual gargalo do projeto. Em condições normais, esse sistema terciário consome aproximadamente 28 toneladas de cloreto férrico por mês.
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Sistema Biológico
Dada a necessidade de aumentar a robustez do sistema biológico, iniciamos a bioaumentação com consórcios específicos para os tipos de efluentes recebidos na planta. Em pouco tempo foi possível observar uma estabilização dos resultados do sistema biológico, como pode ser observado no Gráfico 1 a seguir:
Juntamente com a melhora da robustez e eficiência do sistema, foi observada também uma melhora na formação dos flocos biológicos e na diversidade de espécies da microbiota. Por exemplo, são agora observados rotíferos (figura 1), metazoários de cadeia trófica superior que quando em abundância indicam ambientes saudáveis e amebas com teca (figura 2), que indicam boas condições de depuração e nitrificação.
Com a estabilidade do sistema biológico resultante da bioaumentação, e efluente oriundo do decantador secundário passou a atender todos os parâmetros exigidos para lançamento, não sendo necessária a utilização do sistema terciário e gerando uma economia superior a R$30.000,00 por mês somente com o cloreto férrico.
Nessa parceria, a equipe SUPERBAC monitora todos os parâmetros do sistema juntamente com a equipe da Off site. Nessa simbiose, decisões e planos de ação para eventuais desvios do sistema são gerados com maior celeridade e assertividade, garantindo os melhores resultados e qualidade operacional para as equipes.
Edgar Pires
Analista Técnico Sênior