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Dez Munícipios no RJ Utilizam Lixões

2,6 mil lixões abertos no Brasil

Imagem Ilustrativa

A destinação dos resíduos descartados pela população brasileira é um desafio que precisamos vencer

Com cerca de 2,6 mil lixões a céu aberto e mais de 8% do lixo que produz sendo despejado diretamente na natureza, o Brasil precisa vencer desafios para alcançar a destinação considerada adequada dos resíduos descartados pela população. Vale notar que o tratamento “adequado”, nesse caso, significa apenas recolher todo o lixo de residências e empresas e enviá-lo a aterros sanitários – ou para estações de incineração, no caso de resíduos hospitalares e outros com alto poder de contaminação.

A destinação ideal não se limitaria a isso. Incluiria reciclagem avançada e transformação de resíduos orgânicos em fertilizantes ou energia via biogás, o que está ainda mais longe de ser alcançado.

Tanto a geração quanto o descarte de resíduos refletem com fidelidade as diferenças regionais de um país continental, em que os índices variam conforme o estágio de desenvolvimento em cada Estado, como mostra o relatório mais recente da Abrelpe. A região Sudeste responde por metade de todo o lixo descartado no país, mas também pelo maior índice de destinação adequada: 73,4%. A região Norte, no outro extremo, descarta 7,4% do total, mas apenas um terço (35,6%) de forma adequada.

Na média geral, o país envia para aterros sanitários 60,2% do lixo recolhido, o que ainda é muito pouco, pois significa que 30,3 milhões de toneladas/ano continuam indo para os lixões – um volume descomunal, capaz de encher 765 estádios do Maracanã, e que afeta a saúde de 77,5 milhões de pessoas.

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O índice de destinação adequada vem aumentando ano a ano, desde a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos em 2010 – mas de forma lenta, como reconhece o presidente da Abrelpe, Carlos da Silva Filho.

“Naquela época, a expectativa era que o índice evoluísse de 40% para 100% em quatro anos, meta que se mostrou ambiciosa demais. O objetivo de acabar com os lixões foi prorrogado para 2024, mas provavelmente também não será alcançado.”

Para quem gosta de ver o copo meio cheio, a contínua extinção de lixões, embora lenta, não deixa de ser promissora. Outra boa notícia foi a realização do primeiro leilão de créditos de reciclagem, em 12 de maio, que arrecadou cerca de R$ 550 mil de empresas interessadas na compra de certificados referentes ao reaproveitamento de 7,7 mil toneladas de plástico, papel, vidros e metais.

Leilões como esse – que devem se repetir a cada trimestre – servem para aproximar cooperativas de catadores, municípios e empresas para o cumprimento do Programa Nacional de Logística Reversa, que exige a comprovação de reciclagem, por parte dos grandes geradores de resíduos, de pelo menos 22% das embalagens que colocam no mercado.

Fonte: Valor Econômico.

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