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O que é blockchain?
Se você não sabe o que significa essa palavra e fizer uma busca rápida no Google encontrará a explicação mais usual de que trata-se de um tipo de base de dados distribuída que guarda um registro permanente de transações, a prova de violações.
Um pouco complicado, certo? Vamos tentar descomplicar para você. O Blockchain nada mais é que uma cadeia de blocos interligados entre si. Cada bloco possui um conjunto de informações, o código do bloco anterior e seu próprio código. Para que um novo bloco de informações seja inserido, é necessário a resolução de uma função matemática complexa, o que gerará um novo código para o novo bloco. O ato de resolver esta equação matemática e registrar um novo bloco é chamado de mineração.
Para exemplificar e ficar mais fácil de entender, suponhamos que o João possua um ativo digital como um registro de um imóvel que gostaria de transferir para o Manoel. O registro do imóvel e a transferência para o Manoel são representados digitalmente como um bloco onde os detalhes do registro e da transferência estão armazenados. Este bloco é distribuído e validado pela própria rede do Blockchain e se aprovado, é adicionado a uma corrente de blocos onde ganhará um registro permanente, isso significa que ele não pode ser alterado. O registro do imóvel que era de João agora fica registrado como sendo de Manoel.
Como esta rede de blocos está distribuída pela rede de forma descentralizada, ela é extremamente difícil de ser fraudada. Para que em nosso exemplo acima, o registro do imóvel do João seja fraudado, o invasor teria de criar uma rede de blocos idêntica à original, o que hoje é praticamente impossível.
Resíduos e Blockchain
Agora que entendemos um pouco o que é e como funciona, porque o mercado de resíduos tem buscado esta tecnologia? A palavra da vez é RASTREABILIDADE. O Blockchain se tornou uma ferramenta excelente para dar transparência sobre dos materiais: de onde vem, em qual quantidade, quem fez o processamento e qual foi o destino. Sem mencionar a TRANSPARÊNCIA, que o mesmo viabiliza para o processo.
No processo de gestão de resíduos recicláveis, quando o material triado e enfardado é vendido para as empresas recicladoras gera-se uma nota fiscal de venda. Esta nota fiscal de venda dá origem a um crédito de logística reversa (clique aqui para saber mais) que é comercializado para empresas que possuem metas de logística reversa e delegam esta função a empresas ou cooperativas. Existem relatos de fraudes, onde a mesma nota fiscal de venda de resíduos recicláveis é utilizada para a geração de créditos de logística reversa duplicados ou notas fiscais são criadas sobre materiais que não existem.
Se você é uma empresa que possui uma obrigação de logística reversa ou quer compensar ambientalmente sua operação, a última coisa que você quer é descobrir que comprou um crédito fraudado ou que os resíduos que você acreditava que estavam sendo coletados na verdade nunca saíram de sua origem, certo?
O Blockchain vem para colocar um ponto final neste tipo de fraude, garantindo que as massas dos materiais recicláveis sejam realmente coletadas e compensadas uma única vez . Além disso, é possível saber de onde estes recicláveis foram retirados, em que dia e hora, quem os recebeu e processou. Toda esta informação, inclusive a transação de compra e venda, fica armazenada de forma permanente e segura.
A pergunta que fica é, isso é economicamente viável? O valor para a criação de um blockchain apenas para ter a rastreabilidade dos resíduos vale a pena? Este é um assunto para o próximo capítulo, onde falaremos sobre Tokens!
Fonte: Valora.