Em São Paulo, a maior crise de abastecimento da História
Estado usa ‘volume morto’, mas problema não afeta aprovação do governo Alckmin
Estado usa ‘volume morto’, mas problema não afeta aprovação do governo Alckmin
Apontado como medida capaz de evitar o racionamento de água na Grande São Paulo, o volume morto --água que fica no fundo das represas-- do Cantareira injetou mais de 180 bilhões de litros no sistema. Passados 129 dias, porém, essa quantidade já foi consumida.
A presidenta da Sabesp, Dilma Pena, é esperada na próxima reunião da CPI da Sabesp, na quarta-feira (24), na Câmara Municipal de São Paulo
SÃO PAULO - A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta sexta sua retirada do comitê que assessora a gestão do sistema Cantareira - principal fornecedor de água para 9 milhões de pessoas na Grande São Paulo, que passa por uma crise sem precedentes desde o início do ano.
Ameaça na capital, o racionamento de água já é realidade no interior de São Paulo. Quase meio milhão de moradores da região de Campinas (93 km de São Paulo) passa ou já passou, desde o começo de fevereiro, pela situação. Das 75 cidades abastecidas direta ou indiretamente pelas águas do Sistema Cantareira --o mesmo que abastece parte da capital e região metropolitana--, seis já tiveram de racionar o fornecimento de água na região de Campinas: Santo Antônio de Posse, Itu, Vinhedo, Valinhos, São Pedro e Cosmópolis.
Trecho do rio Paraíba, cuja bacia enfrenta a pior seca dos últimos 50 anos. Apresentação foi feita ontem pelo órgão para técnicos do Daee; medida ainda enfrenta resistência no Vale do Paraíba
Bares e quitandas –além de pequenas montanhas de lixo– brotaram rapidamente no início 2014 numa área de preservação ambiental próxima à represa Guarapiranga, zona sul de São Paulo. Estão ali para atender a milhares de pessoas que ocupam a Nova Palestina, invasão patrocinada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) em novembro de 2013 para que o terreno fosse destinado a moradias populares.
Mesmo com a captação de água da reserva técnica das represas Jaguari-Jacareí e Atibainha, o nível do Sistema Cantareira atingiu índice de 9,8% nesta quarta-feira (10), segundo medição da Sabesp
Desde maio volume acumulado do sistema não teve recuperação. Dados são da Sabesp; média de chuvas foi 58% do esperado no ano
A seca histórica nos rios e represas que formam o Sistema Cantareira tem levado cidades da região de Campinas, no interior de São Paulo, a buscarem em lagos e cavas (escavações) de mineração desativadas uma alternativa de abastecimento de água na crise.