saneamento basico

Redução de Lodo Digerido Gerado em Lagoas de Estabilização com Utilização de Leito de Drenagem

 Resumo

Este trabalho foi desenvolvido na ETE São João das Duas Pontes, SP pela necessidade de remoção do lodo acumulado ao longo de 17 anos de operação. Adotou-se um plano de remoção regular com lançamento em Leito de Drenagem para redução do volume e estudo do ciclo operacional para manejo dos sólidos. A avaliação da condição de manejo dos sólidos se deu em dois ciclos com tempo de 30 dias. A redução de volume foi de cerca de 94% com taxa de aplicação superficial de 14 a 17kgss/m2 . O lodo no bombeamento apresentou taxa de sólidos de 2,0% a 2,5%. A dosagem de polímero para melhor desaguamento foi de 28kg/tss. O Leito de Drenagem mostrou-se eficiente na redução do volume de lodo e de fácil operação sendo indicado para realização de planos de remoção regular de lodo dos sistemas de tratamento com lagoas de estabilização.

Introdução – Utilização de Leito de Drenagem

Nos sistemas de tratamento de esgotos por lagoas de estabilização, o lodo tem origem na decomposição do material orgânico presente no esgoto e na reprodução de bactérias responsáveis pela digestão. O manejo desses lodos tem se demonstrado de grande importância, em função dos problemas que podem apresentar para a disposição ou utilização dos mesmos. Os teores de sólidos nos lodos podem variar em função do projeto das lagoas, de questões operacionais e de manutenção. Esse tem sido um dos maiores problemas enfrentados pelos gestores de ETEs que não podem, por força de lei, dispor ou utilizar esse material, sem critérios. No estado de São Paulo, existe um grande número de sistemas de lagoas de estabilização em funcionamento que estão em período final de projeto e que já mostram necessidade de remoção do lodo gerado. Segundo Cavinatto & Paganini (2007), a retenção do lodo por grandes períodos nas lagoas acumulam e potencializam os problemas com a remoção e destinação sob os aspectos ambientais e sanitários.

Conforme a NBR 10.004/2004 esses lodos são definidos como resíduos sólidos e dessa forma, devem ser analisados sob aspectos ambientais mais rígidos para que os responsáveis pelos sistemas não sejam enquadrados na Lei 9.605/98 (Crimes Ambientais).

A redução do volume do lodo se torna fundamental nesse processo e pode ser realizada por meios mecânicos, como centrífugas, prensas, secadores térmicos, etc, que normalmente apresentam grandes custos de implantação e operação complexa ou por meios naturais como leitos de secagem ou lagoas de lodo. O Leito de Drenagem (Cordeiro, 1999 e Fontana, 2004), em comparação aos demais sistemas naturais, privilegia o processo de drenagem das águas livres presentes no lodo, levando os sólidos desaguados a um maior tempo de exposição às condições naturais de insolação, reduzindo o ciclo de utilização do leito. O uso desse sistema apresenta melhor viabilidade técnico-econômica, especialmente com a mudança da forma de gestão operacional da fase sólida das Lagoas de Estabilização com remoção regular do lodo. Assim, o presente estudo tem por objetivo avaliar o desempenho de Leito de Drenagem, na redução do volume do lodo gerado na ETE (Estação de Tratamento de Esgotos por Lagoa de Estabilização) de São João das Duas Pontes / SP, operada pela SABESP.

Autores: Antonio Osmar Fontana, Antonio Carlos de Oliveira, Oscar Agide Arvati Neto, Edmilson Claret A. Granello, Prof. Dr. João Sergio Cordeiro

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