O lodo produzido como subproduto do processo de tratamento de água é um resíduo volumoso que representa um difícil problema para os engenheiros ambientais e sanitaristas. No Brasil, por exemplo, ainda é comum dispor o lodo produzido pelas estações de tratamento de água em rios, sem tratamento prévio. Outro desafio enfrentado atualmente é a eutrofização dos corpos aquáticos causada, em grande medida, pelo fósforo que é encontrado nos esgotos. As tecnologias de tratamento tradicionais, como os reatores UASB e os Lodos Ativados possuem eficiências de remoção de fósforo muito baixas. Para contribuir com a superação esses desafios – o design de tecnologias de fácil operação capazes de remover fósforo e o manejo do lodo de ETA – este estudo propõe uma solução que é capaz de reutilizar/reaproveitar esse tipo de lodo, utilizando-o como meio de preenchimento de um alagado construído para recuperação do fósforo presente no esgoto. Nesse estudo, esta solução apresentou um ótimo desempenho, de modo que eficiência máxima de remoção do fósforo reativo dissolvido foi de 95% no primeiro dia e diminuiu até atingir a saturação do adsorvente. Também foi constatado que a capacidade máxima de adsorção do lodo férrico diminuiu com o aumento do pH inicial; os valores variaram de 4,76 mg P · g − 1 (pH = 3,9) a 1,44 mg P · g − 1 (pH = 9,0).
Autores: Vitor Tonzar Chaves; Dione Mari Morita; Iara Regina Soares Chao; Ronan Cleber Contrera.