saneamento basico

Toxicidade aguda e risco ambiental do Malation – emulsão aquosa, 44% – utilizado no combate ao mosquito AEDES AEGYPTI para organismos aquáticos

Resumo

O mosquito Aedes aegypti é vetor da febre amarela, dengue, zika e chikungunya. O controle químico com o inseticida malation diluído em óleo de soja nebulizado a ultrabaixo volume foi realizado por anos para combate do mosquito adulto, mas recentemente foi aprovada pela Organização Mundial da Saúde uma formulação diluída em água, o que diminui o custo da aplicação. Com o alarmante número de casos de doenças ligadas ao A. aegypti, são utilizadas por ano toneladas do inseticida para combate ao vetor. Porém, as pulverizações podem contaminar o ambiente e atingir organismos não-alvo. O objetivo deste estudo foi analisar os impactos oriundos da nebulização do malation, na formulação emulsão aquosa, à saúde ambiental, com base na avaliação da toxicidade aguda e do risco de intoxicação ambiental às espécies aquáticas Oreochromis niloticus, Daphnia magna e Lemna minor. Efeitos tóxicos foram visualmente observados em todos os organismos. Para a D. magna, o inseticida foi classificado como altamente tóxico, extremamente tóxico ou de toxicidade super extrema. Para os peixes, o malation é muito ou moderadamente tóxico, dependendo da escala classificatória, e para as lemnas, é levemente ou ligeiramente tóxico. Para a D. magna, ocorre um médio risco de intoxicação ambiental na maior profundidade considerada, e nos outros cenários ocorre alto risco, que é aceitável ou baixo para O. niloticus e L. minor, dependendo da escala de classificação. A nebulização peridomiciliar do malation pode acarretar danos à saúde ambiental. O microcrustáceo D. magna é a espécie mais sensível à intoxicação aguda.

Introdução

O mosquito Aedes aegypti é o vetor de doenças de grande relevância para a saúde pública, principalmente em regiões tropicais e subtropicais, destacando-se a febre amarela, dengue, zika e chikungunya (HENRIQUES, DUARTE e GARCIA, 2016).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda, para combate aos insetos adultos, a aplicação peridomiciliar do inseticida organofosforado malation a ultrabaixo volume (UBV) a frio (BRASIL, 2009). Esta prática foi introduzida no Brasil na década de 60, com a nebulização do malation diluído em óleo de soja, com equipamentos de nebulização de transporte costal ou acoplado a veículos. Porém, recentemente foi aprovada pela OMS e vem sendo utilizada, nos municípios brasileiros, uma formulação diluída em água, o que diminui o custo da aplicação (BRASIL, 2014).

Com o alarmante número de casos de doenças ligadas ao A. aegypti, toneladas do inseticida são utilizadas por ano para combate ao vetor. Porém, as pulverizações podem contaminar o ambiente em geral, atingir organismos não-alvo, e gerar impactos à saúde ambiental. Portanto, há a necessidade de se avaliar a toxicidade aguda e o risco de intoxicação ambiental que a aplicação peridomiciliar do inseticida, em sua recente formulação aquosa, oferece a organismos aquáticos não-alvo como o microcrustáceo Daphnia magna, a macrófita Lemna minor e o peixe tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus), a espécie de peixe mais cultivada no Brasil.

Os efeitos tóxicos agudos de um composto para determinado organismo podem ser indicados por testes em
laboratório, de acordo com normas preestabelecidas. Os valores das concentrações que causam 50% de efeito
letal/imobilização/inibição de crescimento (CL50; CE50) obtidos nestes testes podem ser utilizados, por sua
vez, para classificar o composto químico em classes de toxicidade aguda, nas classes de Zucker (1985), Helfrish
et al. (1996) e quanto ao potencial de periculosidade ambiental do IBAMA (1996), que é utilizada no Brasil
para a regulamentação do registro de agrotóxicos.

Tais valores também podem ser utilizados para avaliar o risco de intoxicação ambiental agudo. A avaliação do
risco é fundamental para analisar o impacto de compostos tóxicos no ambiente a partir de um quociente de risco
(QR) e determinar a maior concentração em que o efeito ambiental resultante da exposição aguda a um
toxicante é aceitável para um organismo.

O cálculo do QR é realizado a partir da divisão da CAE (concentração ambiental estimada) pelo valor da CL50
ou CE50 obtido nos testes de toxicidade aguda, ou ainda pelo CENO (concentração de efeito não observado), e
assim o toxicante pode ser classificado nas classes de risco propostas por Goktepe et al. (2004) como de baixo,
médio ou alto risco de intoxicação ambiental ou como causa ou não causa risco/risco aceitável, de acordo com a
Comunidade Europeia (EC, 2003).

O presente trabalho teve como objetivo analisar os impactos oriundos da nebulização do inseticida malation, na
formulação emulsão aquosa 44%, atualmente utilizada pelo MS para combate ao A. aegypti, à saúde ambiental,
com base na avaliação e classificação da toxicidade aguda e do risco de intoxicação ambiental agudo para
espécies representativas de três diferentes níveis tróficos: o microcrustáceo Daphnia magna, o peixe
Oreochromis niloticus, e a macrófita Lemna minor.

Autores: Ana Carla Coleone e Wanderley da Silva Paganini.

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