Resumo
Avaliou-se neste estudo o desempenho da recomposição de pavimento decorrente de abertura de vala em vias de tráfego de veículos, constituída por materiais reciclados de Resíduos de Construção Civil (RCC). Esta aplicação teste foi realizada em parceria com a Unidade Metropolitana Leste (ML) da SABESP. Por se tratar de um processo que emprega resíduos indesejáveis para população, quando não destinados corretamente, a “Vala Ecológica ML” contribui para evitar impactos ambientais em áreas urbanas. Os materiais utilizados foram obtidos de uma usina de beneficiamento de RCC localizada em Guarulhos/SP e as camadas recompostas foram a envoltória de areia e a base. A camada de reaterro foi recomposta pelo próprio solo escavado do local, já que este apresentou condições para uso. Durante o fechamento da vala foram verificados o grau de compactação e o teor de umidade das camadas, além das demais características dos materiais em ensaios de laboratório. Após 77 dias da recomposição do pavimento, sendo a via liberada para o tráfego neste período, foi realizada uma reavaliação a fim de analisar suas condições atuais. Os resultados apontaram bom desempenho da recomposição realizada com emprego de RCC, indicando caminhos viáveis para gestão e manejo corretos destes resíduos.
Introdução
As obras de recomposições de pavimentos decorrentes de aberturas de valas trazem consigo a necessidade da busca por novas tecnologias de materiais e processos operacionais, isto devido às recorrentes patologias provenientes do uso de materiais inadequados e/ou execuções em desacordo com especificações e normas técnicas.
Neste contexto, segundo a ABNT NBR 15116 (2004), existe a necessidade da gestão e do manejo correto dos resíduos da construção civil, de forma a tornar viáveis destinos mais nobres para resíduos gerados nesta atividade. Pensando nisto, foi realizada uma recomposição de pavimento experimental, empregando-se camadas de RCC e também reutilização do próprio material escavado, a fim de se obter o máximo aproveitamento dos resíduos gerados e consequentemente minimizar a demanda por novos recursos naturais, além de evitar a saturação de bota-foras e indesejáveis impactos ambientais, além de apoiarem no atendimento de importantes premissas da SABESP que é a preservação do meio ambiente e o incentivo na redução do uso dos recursos naturais, cada vez mais críticos em nosso país.
Autores: Leandro Reis Andrade; Carlos Christian da Silva; Rogério Fernando Perini; Vera Lúcia Amaral Sardinha e Luciana Regina de Oliveira.
